Preço do café no Espírito Santo sobe menos do que custo de produção

Segundo pesquisa, somente acima de 50 sacas por hectare é possível obter lucro com a atividade do café arábica no EstadoO preço do café no Espírito Santo, principal cultura agrícola do Estado e a segundo maior do país, subiu menos do que os custos de produtos nos últimos dois anos. O levantamento é do Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro), organização não-governamental, que realizou o estudo Coeficientes Técnicos e Custos de Produção na Agricultura do Estado do Espírito Santo.

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Segundo a pesquisa, somente acima de 50 sacas por hectare é possível obter lucro com a atividade do café arábica no Estado, cujo custo médio é de R$ 316,00 a saca. No caso do café conilon (robusta), os custos médios variam de R$ 188,00 a saca para uma produtividade de 30 sacas por hectare (média estadual) a R$ 169,00 a saca na produtividade de 100 sacas/ha (irrigado).

O preço mínimo de garantia do governo, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), para o arábica é de R$ 307,00 as aca e para o conilon R$ 156,57 a saca, valor é inferior aos custos de produção estimados pelo Cedagro.

Nos últimos dois anos, segundo o Cedagro, enquanto a inflação acumulada do período foi de 13%, o aumento médio dos custos no campo foi de 20%. O coordenador técnico do Cedagro, Gilmar Dadalto, informou em comunicado que, em todas as atividades agrícolas estudadas, serviços é o fator que mais compromete, representando, em média, de 60% e 70% do total do custo de produção, em virtude da grande demanda de mão de obra, especialmente em algumas culturas, como o café arábica. O custo referente a serviços teve um acréscimo de 27% nos últimos dois anos, acima inclusive do aumento do salário mínimo acumulado do período que foi de 24,4%.

Para os insumos e materiais, como: mudas, fertilizantes, sementes, produtos fitossanitários, o aumento médio foi de 10%, abaixo da inflação do período. Os fertilizantes, por exemplo, contribuíram pouco para este aumento, pois tiveram acréscimos de apenas 3% dentro do período estudado.

O estudo foi baseado em área por hectare e os preços atualizados dos produtos listados referem-se a valores médios dos principais pontos comerciais do Estado, e foram coletados em janeiro de 2013. A pesquisa contém 72 planilhas de 40 atividades agrícolas em diferentes níveis tecnológicos e situações. 

Agência Estado