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Os discursos dos ministros da Agricultura, Antônio Andrade, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, foram marcados por manifestação de pequenos agricultores presentes, que reagiram com vaia. À exceção de Andrade, todos abordaram a demarcação de terras indígenas. A questão foi tema de um fórum realizado pelo Canal Rural na quinta-feira.
De acordo com o jornal Zero Hora, havia cerca de 200 agricultores do Estado em frente ao palco principal, onde discursavam as autoridades. Os agricultores portavam faixas e cartazes contra laudos antropológicos feitos pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e contra a decisão do órgão de, segundo eles, recomendar a desapropriação de cerca de 100 mil hectares de terras em municípios como Mato Castelhano, Campo do Meio, Ciríaco, Água Santa, Sananduva e Marau. A manifestação foi pacífica.
Pepe Vargas afirmou que a garantia tanto dos direitos dos povos indígenas quanto dos direitos dos agricultores com títulos de terras é possível dentro da lei.
– Temos a convicção de que encontraremos a solução no diálogo. É importante a visibilidade da manifestação de vocês – afirmou o ministro, dirigindo-se ao público.
Para o governador gaúcho, a mobilização dos agricultores representa um “problema real”. Tarso disse que o governo do Rio Grande do Sul está à disposição para mediar o conflito.
– Digo a vocês o que digo a comunidades indígenas: não se deixem instrumentalizar politicamente. Isso pode descambar para a violência – alertou.
Além de elogiar o Congresso Nacional pela aprovação da MP dos Portos e celebrar o crescimento da agricultura brasileira, Kátia Abreu pediu segurança jurídica aos produtores proprietários de terras.
– Não podemos permitir que os índios sejam usados para uma guerra falsa, uma guerra que não é brasileira – disse, recebendo apoio do público.
Antônio Andrade fez um elogio à produção agrícola nacional.
– Nós caminhamos para seremos o grande produtor e exportador do mundo. O Brasil vai ajudar a combater a fome do mundo. Temos muito a comemorar – afirmou.
Também discursaram na cerimônia o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi, o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Eduardo Finco, o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), Vergilio Perius, o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Cláudio Bier, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Elton Weber, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, e o prefeito de Esteio, Gilmar Rinaldi.
Antes dos discursos oficiais, a cerimônia de inauguração teve o desfile dos grandes campeões. Na edição deste ano, pela primeira vez na história da Expointer, o desfile ocorreu fora da pista e sem a presença dos campeões da raça crioula. A alteração foi causada pelo mau tempo e as cheias no parque. A entrega da Medalha Assis Brasil também foi realizada. Foram contemplados Iara Chagas Castiel, Narciso Barison Neto e Odete Tereza da Cas.