Helicoverpa é destaque na abertura do Congresso Brasileiro do Algodão

Representantes do setor discutiram a necessidade de agilizar a liberação de agrotóxicos para combater a pragaA Helicoverpa armigera foi o principal assunto discutido na abertura do 9º Congresso Brasileiro do Algodão nesta terça, dia 3. O evento acontece até sexta, dia 6, em Brasília (DF), e este ano tem como tema Algodão: Gestão e Otimização dos Resultados.  Na ocasião, representantes do setor pediram a liberação imediata do uso de agrotóxicos para combater a praga, que já atinge lavouras em 12 Estados brasileiros.

Especialistas da cotonicultura e engenheiros agrônomos fizeram um panorama do desenvolvimento da Helicoverpa no país e discutiram formas para combater a lagarta. Uma das alternativas é a utilização de defensivos como o benzoato de emamectina, que é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2007. A expectativa dos cotonicultores é de que a presidente Dilma Rousseff sancione o decreto de emergência firmado pelo Ministro da Agricultura, que libera o uso do agrotóxico em todo o país.

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– Já passou pela Casa Civil. A gente espera que a presidente assine esse decreto ainda nesta semana. Isso nos dará tranquilidade para que possamos trabalhar com alguns produtos que ainda não estão liberados no Brasil –  afirmou o presidente da Associação dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso.

A Helicoverpa se dastaca pelo intenso ataque, difícil controle e a capacidade de adquirir resistência a defensivos. Na Bahia, os prejuízos passam de R$ 1 bilhão na últilma safra. De acordo com a Abrapa, no próximo ano, mesmo se os novos agrotóxicos forem liberados, os produtores devem manter as técnicas existentes como o Manejo Integrado de Pragas (MIP), o controle rígido e o uso de produtos biológicos.

– De 25 a 30 dias a gente vai começar a plantar. Esses produtos ainda estão na China, na Ásia, e serão importados para o Brasil. Com certeza, terão que vir de avião com custo muito alto para chegar a tempo. Infelizmente, a quantidade vai ser limitada e eu acho que muito produtores não vão ter acesso a essa tecnologia – acrescenta Pinesso.