Ismael Perina cultiva cana-de-açúcar em 480 hectares na cidade de Jaboticabal. Ele não desistiu, mas os últimos quatro anos foram difíceis.
– A produção de cana está bastante complexa, não estamos tendo rentabilidade nas últimas quatro safras, o estrago está muito grande no setor e representa uma perda de qualidade muito grande – destaca o produtor.
O amendoim, revezado com a soja na rotação com a cana, surgiu como uma opção satisfatória a Perina. A produtividade é de 220 a 230 sacas de 25 quilos por hectare. Para próxima safra, a área plantada deve ser de 60 hectares. Assim como ele, outros 130 produtores apostam no produto.
– Especificamente aqui na região, a gente tem vários produtores de cana que fazem rotação de soja e amendoim. Esses mercados são mais dinâmicos, com menos dependência de imposição governamental.
A safra de 2014 será comercializada com a Coplana, cooperativa que movimentou 82,5 mil toneladas em 2013, o maior volume da história, equivalente a 25% de toda produção nacional. A colheita acabou em abril, mas o trabalho continua.
– Este ano foi muito bom, com produção recorde de amendoim. Estamos crescendo bastante a cada ano e implementamos os três turnos de trabalho. Estamos 24 horas para poder atender o mercado – diz o gerente de operações Roberto Moraes.
Metade da safra ainda está armazenada. A capacidade estática da cooperativa é de 42 mil toneladas. Do total da produção, 55% vai para fora do país. A União Europeia é o principal mercado comprador. Neste ano, o preço foi tão bom como no ano passado, de R$ 25 a R$ 26 a saca de 25 quilos.
– A precificação do amendoim acompanha o mercado internacional. Nós temos outros países fornecendo amendoim no mundo, como Estados Unidos e Argentina, e a gente está competindo. Conforme a oferta de amendoim no mundo, a variação de preço acontece – acrescenta Roberto Moraes.