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A Terra Indígena Marãiwatsédé fica quase na divisa com o Estado de Tocantins. Quando a equipe de reportagem este lá, a área de 165 mil hectares estava pegando fogo. Romão Flor, pecuarista que tem fazenda há mais de 30 anos na região, diz que nunca viu coisa igual. Para evitar que o fogo chegue à fazenda, o pecuarista já gastou R$ 500 mil, com contratação de pessoal, troca das cercas e maquinários para combater o fogo. A fazenda do de Romão Flor faz divisa com a área tomada pelo fogo.
Marãiwatsédé foi homologada em 1998, por decreto presidencial, mesmo assim, permaneceram dentro da área muitos produtores de arroz e soja. Há quase um ano, o Ministério da Justiça ordenou a desintrusão da área, os moradores tiveram que desocupar suas casas, os produtores rurais deixaram suas fazendas.
A gleba Suiá-Missú, era a área mais produtiva de Alto Boa Vista. Segundo a associação de produtores, destas terras saiam 73% da produção agrícola do município. Além de não produzir mais, boa parte dos agricultores e pecuaristas está endividada agora. O gerente do Sicred, Josineu Gama, diz que os contratos de financiamento, que já foram prorrogados uma vez, vencem de novo em novembro.
Recentemente a Secretaria de Direitos Humanos admitiu que a desocupação não foi feita da melhor forma e que houve violação dos direitos humanos. Ainda segundo a Secretaria, o caso Suiá-Missù deve servir de exemplo para que não ocorra em outros processos de demarcação de terras indígenas.
A reportagem tentou contato com o representante dos xavantes na terra indígena, mas eles não permitem gravação na aldeia.
Assista abaixo a reportagem na íntegra