O produtor Carlos Zani, de Santa Maria da Serra, interior de São Paulo, quer esquecer os últimos 10 anos.
– De 2002 a 2012, os preços caíram muito. Os lavradores deixaram de plantar porque não tinham condições com preço da mandioca – destaca o agricultor.
Em 2013, a realidade mudou. O preço pago ao produtor é o maior da última década porque grandes áreas produtoras, como o Nordeste e o Centro-Sul, também vivem um momento de estiagem. A seca atrapalha porque forma torrões, o que dificulta o manuseio etorna a colheita mais demorada. O resultado é uma redução no volume de produção. A média histórica de 25 milhões de toneladas caiu para 21 milhões, recuo de quase 10%.
– Este cenário motivou altas muito significativas no preço da mandioca, que atingiu preços recordes em algumas regiões, principalmente no Paraná. O processamento industrial vem enfrentando bastante dificuldade, visto que diminuiu bastante o volume de processamento de mandioca, fécula e farinha, ocasionando altas expressivas nas cotações dos produtos – diz o pesquisador do Cepea Fábio Felipe.
A indústria de Tiago Zani, no interior paulista, que beneficia 20 mil quilos de farinha por dia, vem pagando mais pela matéria-prima e repassando à frente o reajuste.
– Estes últimos 15 dias registraram uma menor especulação de venda de farinha devido ao mercado consumidor. Está mais cara? Eles devem estar substituindo. Às vezes, é melhor do que ficar em uma coisa tão cara.
O empresário aposta que os preços devem continuar subindo.
– Em uns 30 dias, vai dar uma crise de mandioca. Porque o Nordeste pegou muita farinha, mandioca no Estado de São Paulo. Vai acabar faltando – prevê o empresário.