Custos de produção de suínos e frangos de corte sobem em agosto

Alta no ICPFrango/Embrapa foi puxada por aumento nos insumos pintos de um diaOs custos de produção de frangos de corte e de suínos calculados pela Embrapa Suínos e Aves de Concórdia, Santa Catarina, unidade da empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, subiram 7,89% e 0,41% respectivamente em agosto na comparação com julho, chegando aos 159,53 e 164,54 pontos. A alta no ICPFrango/Embrapa foi puxada pelo aumento de 6,19% no grupo de insumos pintos de um dia, seguido pelos acréscimos de 0,97% na nutrição e de 0,45% em

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Já o ICPSuíno/Embrapa teve seu acréscimo baseado nas altas dos grupos nutrição (0,81%) , instalações, equipamentos e rebanho (0,35%) e manutenção, financiamento e Funrural (0,34%). Por outro lado, os gastos com sanidade caíram 1,09% no último mês. No ano, o ICPSuíno acumula queda de 8,02% e de -10,13% nos últimos 12 meses (desde setembro de 2012).

Os índices de custos de produção foram criados em 2011 pela equipe de socioeconomia da Embrapa Suínos e Aves e da Conab. O ICPFrango/Embrapa é referente aos custos de produção no Paraná, maior produtor de frangos do país, para o aviário tipo climatizado em pressão positiva, modelo referencial de produção. Já o ICPSuíno/Embrapa é obtido a partir de resultados de custos da produção de suínos em Santa Catarina, maior produtor nacional, em sistema tipo ciclo completo, para o suinocultor empresário independente.

Expectativas dos produtores

Os produtores de frango vêm possibilidade de recuperação do mercado, depois da crise do ano passado que fez muitos desistirem da cultura. A ração representa cerca de 70% dos custos da produção de aves.

Seus principais ingredientes, a soja e o milho, apresentam recuos de preços em relação ao mesmo período do ano passado, beneficiando os avicultores com redução de custos. Enquanto a saca do milho com 60 quilos foi vendida por cerca de R$ 38 no ano passado, este ano está na média de R$ 26, uma redução de 30%. Já a tonelada do farelo de soja, que chegou a ser comercializada por R$ 1,5 mil em 2012, este ano está saindo por cerca de R$ 1,2 mil.

– As empresas estão vendendo o frango para o varejo e para os pontos de venda em torno de R$ 4 o quilo, e isso nos dá uma pequena margem de 5% a 7%, dependendo da empresa – diz Érico Pozzer, presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA)

A crise do setor no ano passado, causada pela alta dos preços dos insumos e pelo excesso de produto no mercado, fez muitos produtores desistirem da cultura. Este ano o cenário é diferente e, se o mercado permanecer com este ritmo, Pozzer acredita que os produtores recuperarão os prejuízos do ano passado, apesar dos custos ainda permanecerem altos.

– Este ano nós temos a expectativa de recuperação dos prejuízos, porque os três primeiros meses deste ano foram atípicos, com bons preços do frango abatido. O segundo trimestre não foi muito bom. Agora, de setembro a dezembro, em função da produção controlada, uma exportação estável e um consumo no mercado interno com uma pequena tendência de alta, nós acreditamos que também se trabalhe com uma pequena margem de lucro – analisa Pozzer.

Para o analista Osler Desouzart, o mercado de aves já apresenta uma nova configuração e o aumento do custo dos grãos reflete a grande demanda em vários setores nos últimos anos.

– A demanda por grãos é para alimentação humana, alimentação animal, combustível outros itens. Essa é a nova regra, é isso que me faz afirmar que, nos próximos dez anos, não se iludam com o conceito de grão barato. Não deve nunca, salvo em condições climáticas extremas, atingir a esse pico de 2012, mas também não esperem grãos voltando a níveis de 2005, ou 2003.

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