>> Especialistas defendem monitoramento contínuo contra Helicoverpa
– O que é mais sério é que se observarmos o tamanho da lagarta, vemos que ela tem mais de 15 dias, e a soja não tem nem cinco dias. Possivelmente, a lagarta estava presente em alguma planta guaxa, em alguma erva daninha ou na própria soja. A lagarta já está saindo adulta, o que dificulta ainda mais o controle – explica Dias Guerra. Ele destaca que, na situação, a pragra se alimenta dos cotilédones da planta.
Guerra informou que serão realizados testes de DNA para constatar a subespécie da lagarta. Porém, ele afirmou que, ainda neste ano, foi detectada a incidência de Helicoverpa armigera na fazenda em questão, assim como nas propriedades do entorno.
– Nós orientamos os produtores a fazerem o monitoramento para controlar a praga no ínstar [estágio larval], quando a lagarta tem menos de 1 centímetro. Torna-se evidente a necessidade de realizar um controle nas plantas guaxas. Neste caso, a lagarta estava viva antes de a soja ter nascido.
Segundo o coordenador, a liberação de novos agrotóxicos já se tornou uma questão de “segurança nacional”.
– Apesar de termos uma série de produtos para controle biológico, a liberação de novos produtos é uma questão de segurança nacional. Se acontecer como nesta situação, no início do desenvolvimento [da soja], imagine os prejuízos que os produtores vão ter, sobretudo com a dificuldade de controle de uma praga que já está adulta – enfatiza.
Ele sugere que, até que sejam liberados outros agroquímicos, o sojicultor realize o monitoramento, lance mão dos produtos que estão registrados e faça a rotação de princípio ativo. Guerra cita que o ministério testa um controle regional da praga em duas áreas de Mato Grosso. No procedimento, todos os agricultores agem de forma conjunta, utilizando o mesmo princípio ativo e fazendo a troca de produtos no mesmo momento, para que a lagarta não migre de uma lavoura protegida a uma vulnerável.
>>Confira a galeria com as fotos tiradas pelo produtor de Campo Novo do Parecis