Durante reunião com empresários, sindicalistas e outras autoridades, coube ao ministro Mantega falar do pacote de medidas. A primeira novidade é a isenção do IPI para os carros ser prorrogada por mais três meses. E melhor: governo e indústria fizeram um acordo pra que nenhuma demissão aconteça neste período nas montadoras. O acordo só saiu depois de muita discussão.
? As medidas tomadas tanto no crédito quanto no IPI e mais as ações das empresas que fizeram campanhas estimularam o setor e, portanto, o setor está aí funcionando ? disse Mantega.
Para o presidente do Anfavea, Jackson Schneider, se não fosse a redução do IPI, imaginamos que a queda no mercado interno seria de até 30%.
? O importante é que nós chegamos a um resultado positivo no final. É isso que anima o setor e os representantes dos trabalhadores envolvidos na negociação ? afirmou Schneider.
Outra medida anunciada também vai beneficiar, já a partir desta terça feira, o setor da construção civil. Principais produtos como cimento, tintas e matérias para revestimentos vão ter redução ou isenção de IPI também. Tudo pela geração de emprego garante o governo.
O governo diz que é preciso barrar o efeito bola de neve que a crise causa. Se falta crédito, diminui a produção e aumenta o desemprego. E aí é que está o maior problema, crê o vice-presidente José Alencar, que justifica estas medidas que beneficiam alguns setores. Mas com isso, para que haja uma compensação na queda de arrecadação por causa destas medidas, ou outro setor vai ser sacrificados: o da indústria de fumo. O governo vai aumentar a tributação do cigarro para desestimular o consumo.
Antes de as novidades serem anunciadas, o vice-Presidente José de Alencar disse que Lula só não compareceu à reunião porque está no exterior, já que ele gostaria muito de participar devido à importância do anúncio. Já Mantega fez referência às medidas tomadas até agora pelo governo pra estimular a recuperação de crédito, como o programa habitacional divulgado semana passada.
Ao fim do anuncio das medidas, o governo precisou se deparar com outra situação que não gostaria de enfrentar: uma manifestação organizada pela força sindical contra o desemprego foi realizada na frente do prédio do Banco do Brasil, na Av. Paulista, onde foi à coletiva.