Incêndio de grandes proporções destrói armazéns do Porto de Santos (SP)

Segundo a Codesp, chamas começaram no Armazém 11, onde o teto desabou e atingiu esteiras de borracha que propagaram o fogo para outros armazéns da CopersucarUm incêndio de grande proporções destruiu três armazéns de açúcar e atingiu outros dois no terminal da empresa Copersucar, no Porto de Santos (SP), o maior da América Latina. O incêndio iniciou com uma explosão por volta das 6h20min desta sexta, dia 18, e já foi controlado. Vinte e cinco viaturas trabalharam no local. Segundo nota da Copersucar, quatro brigadistas ficaram feridos, sem gravidade, e já foram devidamente atendidos. As causas ainda são desconhecidas.

De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), as chamas iniciaram no Armazém 11, onde o teto chegou a desabar, e atingiram esteiras de borracha que propagaram o fogo para outros armazéns. Além dos três armazéns queimados, a Defesa Civil de Santos explicou que as esteiras propagaram para outros dois galpões, sendo que um deles era duplo.

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O incêndio atingiu cerca de 180 mil toneladas de açúcar bruto. De acordo com os bombeiros, cada prédio tinha 20 mil metros quadrados. O Plano de Emergência do porto foi acionado e a Guarda Portuária e a unidade da Transpetro auxiliam os bombeiros no combate ao fogo. Equipes do Corpo de Bombeiros de cidades próximas, como São Vicente, Santo André, Diadema e Guarujá também foram chamados. Segundo a Codesp, o incêndio não prejudica a operação nos demais terminais. 

A Copersucar comunicou que a principal prioridade é o combate ao incêndio e o atendimento às vítimas. “As causas do incêndio estão sendo apuradas”, informou em nota. Um dos quatro armazéns atingidos pelo fogo foi inaugurado pela empresa neste ano.

O diretor-executivo da Bioagência, que atua no setor sucroenergético, Tarcilo Rodrigues, adianta que o impacto do incêndio será significativo devido ao pico da safra, à importância da empresa, um dos maiores playes do setor, e da região Centro-Sul, que é a maior exportadora de açúcar do mundo.

– Temos praticamente três terminais em operação, exportamos por Paranaguá (PR) uma parte [do açúcar] e cerca de dois terços é exportado por Santos, onde temos dois grandes terminais. Sem o da Copersucar, quando ainda há muitos embarques a fazer, a situação fica complicada. Isso realmente vai mexer na estrutura do açúcar brasileiro.

Segundo Rodrigues, o incêndio não irá influenciar os estoques mundiais de açúcar, mas pode alterar os preços do produto ao consumidor, embora ele ainda considere cedo para avaliar as consequências do fato. 

– Há um fluxo constante, se ele é interrompido, as usinas não têm onde armazenar o produto, podendo parar a produção em alguns casos. (…) É algo muito complexo no momento crítico da safra, temos mais uns 45 dias de produção que serão afetados e, por sua vez, afetarão preços – enfatizou.

O Porto de Santos responde por 60% das exportações de açúcar do País e a Copersucar responde por 25% dessa movimentação. De janeiro a agosto deste ano, foram movimentadas 12,8 milhões de toneladas de açúcar no local. Os contratos futuros de açúcar demerara, negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), fecharam em forte alta impulsionados pela notícia do incêndio. O contrato março subiu 50 pontos (2,63%) e fechou a 19,50 cents/lb, o nível mais alto em mais de nove meses.

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