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Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a safra 2013/2014 teve uma evolução de apenas três pontos percentuais, tendo comprometido 10,6 milhões das 25,7 milhões de toneladas que devem ser colhidas. A comercialização desta safra está um pouco abaixo da média dos últimos cinco anos, e bem abaixo da safra anterior, quando mais de 63% já haviam sido comprometidos.
Mesmo com a média dos preços futuros acima de R$ 50,00 a saca durante boa parte do mês, os produtores não comercializaram à espera de preços ainda melhores. Porém não foi o que aconteceu, visto que após a segunda quinzena do mês o preço da soja na Bolsa de Chicago teve queda que, associada à desvalorização do dólar, fez os preços médios futuros de Mato Grosso ficarem em alguns dias abaixo dos R$ 46,00 a saca, que é justamente o custo médio por hectare no Estado, ou ponto de equilíbrio, quando considerada uma produção média de 52 sacas por hectare.
Outra explicação apontada para queda na comercialização é a espera dos produtores de Mato grosso por melhores preços. Na esperança de quebra da safra norte-americana, acabaram segurando um pouco mais a venda da soja. Os analistas do Imea destacam que, com a volta do funcionamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os produtores devem ficar atentos aos novos relatórios de evolução da colheita, oferta e demanda e exportação, uma vez que pode ocorrer grande volatilidade nos preços após esses relatórios. Eles recomendam atenção ao mercado, para não perder oportunidades nas quais os preços atinjam patamares acima do seu ponto de equilíbrio.
O diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Marcelo Duarte, considera satisfatória a comercialização futura realizada até agora. Segundo ele, mesmo sendo menor do que no ano passado, 40% de comercialização já empata com os custos dos insumos.
Oferta e demanda
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estoque inicial brasileiro para a safra 2013/2014 deve ser de 1.839,3 toneladas de soja, volume 4,14 vezes maior que o registrado na safra anterior. Apesar do total demandado para consumo interno e as exportações terem aumentado 16%, a elevação da produção brasileira foi ainda maior, de 23% no comparativo entre a safra 2011/2012 e 2012/2013. Há ainda a expectativa de aumento de 7% na produção nacional da oleaginosa para a safra 2013/2014, estimada em 87,318 milhões de toneladas pela Conab, que, aliada ao maior volume de estoque de passagem, pode fazer com que os preços elevados que foram observados nesta entressafra não se repitam em 2014.
Semeadura
A área de soja da safra 2013/2014 semeada em Mato Grosso até a terceira semana do mês de outubro alcança 2,27 milhões de hectares, equivalente a 27,4% da área total destinada à cultura, o que representa 5,4 pontos percentuais de atraso em relação à área já semeada no mesmo período da safra anterior. Apesar do atraso, é notável o avanço que a semeadura da oleaginosa apresentou esta semana, de 18,3% no comparativo com a semana anterior, o maior avanço histórico, com 1,5 milhão de hectares semeados.
A regularização das chuvas, que até a semana passada ainda eram irregulares em alguns municípios do Estado, aliada a investimentos feitos em maquinário, forneceu as condições necessárias para que os trabalhos no campo pudessem ser intensificados. Fica agora a expectativa de como será a colheita destas áreas semeadas em intervalos tão curtos de tempo.
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