Incêndio queima 28 mil toneladas de açúcar na empresa de logística Agrovia

Agrovia movimenta cerca de 2 milhões de toneladas de açúcar, o que corresponde a cerca de 10% da produção do Centro-SulEquipes do Corpo de Bombeiros trabalham há mais de 75 horas para resfriar os focos de calor que ainda existem em um dos dois depósitos de açúcar da empresa de logística Agrovia, em Santa Adélia, no interior paulista, destruído no incêndio que começou às 8h da última sexta, dia 25. O fogo começou após uma faísca na esteira de movimentação da carga e causou, além dos danos ao espaço físico, a perda de 28 mil toneladas do produto.

Com o calor, o produto derreteu, o melado se espalhou no entorno do depósito e derramou em uma rua próxima. Segundo a Agrovia, quatro famílias, totalizando 17 pessoas, tiveram de ser retiradas de suas casas e acomodadas em um hotel até que seja feita a limpeza e liberado o acesso às residências. Técnicos da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) estão na região monitorando impactos sobre o leito do Rio São Domingos.

De acordo com o diretor-presidente da Agrovia, Guilherme Raposo, o segundo armazém, que tem capacidade para 45 mil toneladas, ficou totalmente preservado. Ele lamentou o ocorrido, mas assegurou que os clientes serão ressarcidos de todos os prejuízos, já que a empresa tem a cobertura do seguro.

No local é feita a movimentação de carga de dez usinas da região de São José do Rio Preto, destinada ao Porto de Santos (SP) por meio da ferrovia. Raposo informou que a Agrovia está movimentando neste ano cerca de 2 milhões de toneladas de açúcar, o que corresponde a algo em torno de 8% a 10% da produção da região Centro-Sul.

Contaminação no Rio São Domingos

Nesta segunda, técnicos da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) checaram a possibilidade de contaminação das águas do Rio São Domingos devido ao incêndio.

Segundo nota divulgada pela Cetesb, em torno de 200 a 300 toneladas do açúcar queimado e derretido podem ter sido escoados para o leito do rio, que nasce em Santa Adélia e corre pelos municípios de Pindorama, Catanduva, Catiguá e Uchoa, até chegar ao Rio Turvo. A Cetesb informou, em nota, que recebeu denúncias da ocorrência de “uma mortandade de peixes” em Catanduva.

Um dos técnicos da companhia, José Mário Ferreira de Andrade, explicou que  o xarope não é tóxico, mas que, em função da grande quantidade de material e da excessiva carga orgânica que contém, há diminuição do oxigênio dissolvido na água e pode haver mortandade de peixes nos rios. A nota da Cetesb informa ainda que pelo menos 700 toneladas desse líquido podem ter sido contidas por barreiras improvisadas com terra.

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