A pesquisa indica 67,3% da extensão pesquisa apresenta problema quanto a sinalização. O resultado é preocupante porque os sinais de trânsito têm a finalidade essencial de transmitir aos motoristas informações e instruções para garantir a movimentação correta e segura dos veículos.
Os dados sobre geometria das vias também preocupam – 77,9% não está em padrões satisfatórios. As características geométricas da via afetam a habilidade do motoristas em manter o controle do veículo e identificar situações e características perigosas. A implantação de projetos geométricos inadequados limita a capacidade de tráfego, aumenta custos operacionais e pode causar acidentes.
O presidente da CNT, senador Clésio Andrade, destaca que os números mostram a necessidade urgente de aumentar os investimentos nas rodovias brasileiras, principalmente em duplicação.
– O governo tem uma dificuldade gerencial. Muitos projetos não saem do papel. Há um excesso de burocracia. Os investimentos precisam ser ampliados para que o Brasil melhore a sua competitividade – afirma Andrade.
Falta investimento
Andrade destaca que, do total autorizado pelo governo para as rodovias em 2013 (R$ 12,7 bilhões), apenas 33,2% – o equivalente a R$ 4,2 bilhões – foram pagos até o início de outubro. Em 2012, foram pagos R$ 9,4 bilhões (50,3%) do total autorizado, R$ 18,7 bilhões. A CNT estima que o investimento mínimo necessário para melhorar a infraestrutura das rodovias é de R$ 355,2 bilhões.
O presidente da CNT pontua que esta falta de investimentos é uma situação comum nos últimos anos. Segundo Clésio Andrade, o governo não consegue investe de forma eficiente porque tem um grave problema gerencial. Apesar de reconhecer a importância de alocar os recursos, não consegue destravá-los.
– A Pesquisa de Rodovias é uma ferramenta para incentivar políticas públicas que garantam um transporte de maior qualidade – explica.
As rodovias concessionadas são as mais bem avaliadas pela Pesquisa da CNT. Em relação ao estado geral – 84,4% foram classificadas como ótimas ou boas. Apenas 15,6% ficaram no patamar de regular, ruim ou péssimo. A situação se inverte quando são analisadas as rodovias sob gestão pública – 26,7% têm condições ótimas ou boas e 73,3% não estão em condições satisfatórias.
Custo operacional
Rodovias em precário estado de conservação aumentam o curso operacional do transporte. De acordo com o levantamento da CNT, as condições do pavimento geram um aumento médio, no país, de 25% no custo operacional do transportador. A região que apresenta o maior incremento nestes valores é a Norte (39,5%), seguida pelo Centro-oeste (26,8%), Nordeste (25,5%) e Sudeste (21,5%). O menor acréscimo é registrado no Sul (19%).
A Pesquisa também destaca os dados ligados ao Meio Ambiente. Rodovias com pavimento adequado proporcionam uma economia de até 5% no consumo de combustível. Se for considerado o consumo de óleo diesel no Brasil, em 2013, seria possível uma economia de R$ 661 milhões de litros (R$ 1,3 bilhão) e uma redução da emissão de 1,7 megatonelada de gás carbônico, principal gás causador do efeito estufa.