O diretor não sinalizou com possível aumento do preço mínimo de garantia, uma das reivindicações dos produtores de trigo. Guimarães lembrou que a preocupação com o abastecimento do cereal levou o governo a zerar neste ano a Tarifa Externa Comum (TEC) de 10% para a compra de 3,3 milhões de toneladas de trigo fora do Mercosul. Em relação à manutenção da isenção da TEC para o próximo ano, ela afirmou que o assunto ainda não foi discutido, mas garantiu que o governo fará esforço para manter o mercado abastecido.
Segundo o diretor de Política Agrícola e Informação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto, as perspectivas são otimistas para o trigo na próxima safra, por causa dos atuais preços remuneradores e da importância do cereal na rotação de culturas com soja, para quebrar o ciclo as pragas.
No balanço de oferta e demanda divulgado nesta sexta pela Conab, a estimativa é de importação de 6,7 milhões de toneladas de milho na safra 2013/2014, volume 4,4% inferior ao importado no ciclo anterior. Já as exportações devem cair de 1,683 milhão de toneladas para 600 mil toneladas, mas a Conab ressalta que o desempenho dependerá da qualidade do trigo gaúcho e da conjuntura de preços no mercado argentino.
Os técnicos da Conab observam que o Rio Grande do Sul deverá produzir cerca de 2,6 milhões de toneladas e, como a demanda interna para moagem é de 1,4 milhão de t, existirá um excedente de 1,2 milhão de toneladas no Estado.
De acordo com o boletim de acompanhamento de safra divulgado, na hipótese de se exportar 50% desse excedente, o restante poderá ser consumido em outros Estados deficitários ou ser usado para recomposição dos estoques, caso os preços fiquem abaixo do mínimo oficial.
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