Fruticultura no Rio Grande do Sul é favorecida pelo clima dos últimos períodos

Safra de morangos deve ter boa produção; nos citrus os agricultores que ainda têm laranja valência estão ganhando bons preços nas feiras e merenda escolarO clima dos últimos períodos tem beneficiado a fruticultura no Rio Grande do Sul. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, no município de Bom Princípio, tradicional produtor de morangos, a cultura está em pleno desenvolvimento e com ótima expectativa de produção em 2013. As variedades plantadas no sistema convencional (solo) no município são camarosa, festival, san andréas, oso grande, tudla e earlibrite, sendo camarosa e oso grande as mais cultivadas.

No cultivo em substrato nas estufas, a produção encontra-se em plena fase de frutificação. Alguns casos de podridão apareceram, porém em menor quantidade do que o morango de solo. A produção é plena e está em uma ótima fase. As variedades cultivadas têm o predomínio total das cultivares albion e san andréas. Na região noroeste, a produção de morangos tem superado as expectativas dos agricultores, o que tem forçado os preços para baixo em função de boa produtividade. Muitos têm buscado, na confecção de polpa, uma forma de armazenar o produto e comercializar posteriormente. Já no município de Feliz, na região do Vale do Caí, as melhores condições de clima, com sol pleno e temperatura amena, favoreceram a qualidade do morango e reduziram a incidência de podridões. Em função da baixa umidade alguns produtores relataram a incidência de oídio.

Sobre os citros, já acabou a safra da laranja de umbigo e a bergamota montenegrina, e os agricultores que ainda têm laranja valência estão ganhando bons preços nas feiras e merenda escolar. As laranjas destinadas para mesa são comercializadas a R$ 6,00 por caixa e os frutos para indústria, a R$ 150,00 por tonelada. Na região do Altos da Serra do Botucaraí (Soledade), alguns agricultores estão fazendo a segunda etapa da adubação e realizando poda e raleio de frutos, principalmente na bergamota montenegrina, com o objetivo de controlar a alternância de produção e melhorar a qualidade do fruto. No Planalto, o clima está favorável ao desenvolvimento da cultura, a situação está normal e a nova safra está se desenvolvendo bem, com frutos de 1 cm aproximadamente.

No pêssego, segue na região da Serra a colheita das variedades superprecoces, que apresentaram produtividades abaixo da média, em consequência dos rigores climáticos verificados nos meses de agosto e setembro. Os frutos são de razoável qualidade, com variações de cor e sabor. A variedade chimarrita, que é o principal material cultivado na região, se encontra com desenvolvimento dos frutos aquém do normal para esta época, antevendo-se a possibilidade de ocorrer um fato raro, que é acontecer um vazio temporal considerável na oferta de pêssegos. Variedades precoces, de ciclo médio e tardias, apresentam número de frutas bastante inconstante de pomar para pomar, reduzindo sensivelmente a necessidade de raleio. Os pomares se mantêm livres do ataque de moscas das frutas, e acontecem pequenos e pontuais surtos da mariposa oriental grapholita. As frequentes friagens e ventos rotineiros têm propiciado incidência poucas vezes vista da crespeira verdadeira, fitoenfermidade que deforma as folhas jovens e mancha os frutos. O mercado está aquecido e com tendência altista, face à reduzida oferta do produto. O preço médio praticado nas propriedades é de R$ 2,00 o quilograma.

Já na região sul, tradicional produtora de pêssegos, a cultura está em fase de frutificação. Neste momento, intensificam-se as aplicações antifúngicas, mantendo-se o monitoramento de pragas e a aplicação de isca nas plantas hospedeiras para controle da mosca das frutas. Em Pelotas já foram detectados os primeiros focos da mosca-das-frutas em pêssegos. Persicultores devem estar atentos, principalmente nas cultivares precoces.

Grãos de verão

O clima seco também tem favorecido o desenvolvimento da nova safra de grãos em todo Estado. O plantio da soja entrou em ritmo acelerado e atinge 20% do total projetado para esta safra, contra uma média para o período de 21%. Esse ritmo poderia ter sido mais intenso, não fosse a redução da umidade do solo em algumas áreas do planalto médio, principalmente nas destinadas ao pastoreio do gado durante o inverno. A germinação e a emergência são consideradas boas nessas primeiras lavouras implantadas.

No arroz, apesar das chuvas ocorridas, principalmente no sudoeste gaúcho, o plantio evoluiu de forma satisfatória e alcança 60% do total projetado para este ano, com 56% já germinados. Mesmo com o avanço considerável neste último período, a atual safra se encontra defasada em relação aos anos anteriores. Nas lavouras mais adiantadas os produtores iniciam a aplicação de adubos nitrogenados, bem como a manutenção de taipas e canais de irrigação.

Com o início do período ideal para a implantação da soja, o plantio da cultura do milho começa a diminuir seu ritmo para voltar com mais força a partir de dezembro. Todavia, o percentual de área semeada já atinge 68% da área total projetada. As áreas implantadas no início de outubro começam a entrar em fase de floração, com 1% nessa situação. Comparativamente a cultura está em estágio mais avançado que a média dos anos anteriores e em igual situação com o ano anterior.

Em plena colheita está a cultura do trigo, apresentando bons rendimentos e qualidade de grãos. O clima seco tem contribuído no período final da cultura, não comprometendo o aspecto fitossanitário das lavouras e mantendo a perspectiva de uma excelente safra. Em casos pontuais algumas lavouras estão apresentando produtividades acima de 4 mil quilos por hectare, marca essa não atingida em safras anteriores. A semana, com pouca chuva nas principais regiões produtoras do cereal, também trouxe tranquilidade aos agricultores, pois permitiu um avanço considerável na colheita, atingindo no momento 55% da área cultivada.

Forrageiras

O grande volume e boa distribuição das chuvas que ocorreram no período em muitas regiões favorecem a implantação e o desenvolvimento vegetativo das pastagens anuais e perenes de verão e a brotação das espécies forrageiras dos campos nativos. Estas condições climáticas facilitam também o preparo de novas áreas, semeadura e a realização dos tratos culturais, como controle de planta espontâneas e adubações nitrogenadas, das lavouras de milho, sorgo e outras culturas de verão que serão destinadas para a produção de silagem.

O Rio Grande do Sul está no final do período de utilização de pastagens cultivadas anuais de inverno, especialmente o azevém, que estão em final de ciclo, ficando mais fibrosas e com maturação dos grãos, quando reduzem significativamente seu valor nutricional. Estas áreas começam a ceder lugar para a implantação de lavouras, principalmente com a cultura de soja.