? O preço mínimo já foi estabelecido e, inclusive, introduzimos uma inovação, que é estabelecer um valor maior para o trigo de melhor qualidade, ou seja, estamos induzindo a se produzir um trigo melhor ? afirmou.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu, no dia 26 de março, reajustar de forma distinta o trigo melhorador, considerado de melhor qualidade, usado na fabricação de pães, e o brando, de qualidade inferior. O preço mínimo dos dois tipos, que era de R$ 480 a tonelada, subiram, respectivamente, 15,63% e 10,42%, passando para R$ 555 e R$ 530 a tonelada.
Na última safra, o país produziu 6 milhões de toneladas de trigo, ante um consumo interno de 10,86 milhões de toneladas. O Estado do Paraná é responsável por 53% da produção nacional.
Segundo o secretário de Agricultura do Estado, Valter Bianchinni, o governo estadual, em parceria com o Banco do Brasil, garante que não faltará recursos para os triticultores e a espectativa é de aumento de 5% na área plantada.
? Se o clima ajudar, o Paraná terá uma safra tão boa quanto à do ano passado, de 3,2 milhões de toneladas, ou até um pouco mais, 3,5 milhões de toneladas, em função do crescimento de área ? afirmou Bianchinni, à Agência Brasil.
Ele informou que, como no Paraná predomina o cultivo de trigo melhorador, a diferenciação dos reajustes dos preços mínimos beneficia os produtores paranaenses.
Em 2007, a colheita de trigo foi de 4,1 milhões de toneladas. Apesar de baixa, já tinha tido um grande crescimento em relação ao ano anterior, quando foi de 2,3 milhões de toneladas. A necessidade brasileira de produzir mais trigo aumentou principalmente depois que a Argentina, principal fornecedora do produto, sofreu forte redução em sua produção. Por isso, o governo argentino adotou medidas para frear as exportações e garantir o abastecimento interno.
Mesmo com o aumento da produção brasileira, o país deve ter que importar mais de 4 milhões de toneladas este ano, volume que não será totalmente suprido pela Argentina, que deve exportar, ao todo, 3,4 milhões de toneladas, sendo aproximadamente 2 milhões para o Brasil. Com isso, os moinhos já reivindicam que o governo reduza a Tarifa Externa Comum (TEC), que é de 10% para os países de fora do Mercosul.
De acordo com Stephanes, isso deve ser feito no momento e quantidade certos para que o trigo importado não cause redução do preço pago aos triticultores brasileiros. Para isso, a TEC deve ser liberada somente quando os estoques estiverem próximos de acabar e num volume que abasteça o mercado até não muito além da próxima colheita.
? Eu não aceito que seja discutida a redução dessa tarifa no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ?, afirmou o ministro em seu discurso.