O lucro de R$ 258 milhões obtido pela empresa, no entanto, é 33% menor que o do mesmo período do ano passado. As despesas cresceram no terceiro trimestre, influenciadas principalmente pelo custo de proteção contra o sobe e desce do dólar. Mesmo assim, para o presidente global da JBS, Wesley Batista, o real mais fraco é bom para a empresa. Segundo ele, isso melhora a receita das exportações a partir do Brasil e os resultados da empresa no momento da consolidação dos números dos Estados Unidos.
– O dólar estará mais forte nos próximos anos, o que é melhor para tudo na JBS, para nossas exportações aqui e para geração de caixa (nos EUA) com o real mais fraco – afirmou Batista.
O aumento de receita foi de 40% no mercado interno. O crescimento nas vendas de carnes, segundo o presidente da JBS Mercosul, Miguel Gularte, é resultado de uma grande campanha de marketing realizada pela companhia neste ano.
– Conseguimos precificar melhor o nosso produto, conseguimos aumentar o nosso ponto de venda, que a carne Friboi, e isso aí ajuda muito – diz Miguel Gularte.
A JBS está presente em cinco continentes, com a maior produção mundial de carnes bovina e de aves. Aproximadamente 73% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 27% por meio de exportações durante o terceiro semestre deste ano.
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Seara
A dívida líquida da JBS é de R$ 22 bilhões, um aumento de 33% em relação ao segundo trimestre do ano. Nesta conta entra o custo de compra da Seara. A receita da empresa adquirida não está no balanço divulgado nesta quinta, dia 14, em São Paulo.
Segundo Wesley Batista, o objetivo da empresa neste momento é a consolidação da aquisição da Seara, que será incorporada à unidade de negócios da JBS Foods. Ele afirma ainda que o resultado da Seara aparecerá relatórios a partir do quarto trimestre deste ano.
– O foco agora é a consolidação, a geração de caixa e a desalavancagem – declarou, ao falar sobre as novas aquisições.
Batista assegurou ainda que a aquisição da Seara foi uma oportunidade única.
– Fazia todo sentido para crescermos em valor agregado e marca – afirmou.
O presidente da JBS Foods, Gilberto Tomazoni, destacou que já foram realizadas várias ações que visam capturar sinergias. Segundo ele, a expectativa é de que ocorra uma queda significativa do número de 29 marcas que resultaram da aquisição da Seara. Inclusive, elas podem ser vendidas, acrescentou.
– É uma mudança cultural muito grande na maneira de fazer as coisas, de executar, de pensar, porque o que era a Seara não é o que é a JBS Foods. Vamos unir todos os ativos adquiridos até o início do ano que vem – informou Tomazoni.
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Otimismo
Wesley Batista diz que a empresa está otimista com o mercado para o final do ano, quando a demanda por carnes é sempre boa. Para 2014, o presidente da empresa acredita que o cenário será positivo.
– O grão estará mais barato. E, de modo geral, o custo de produção estará mais favorável para suínos e aves – disse.
A JBS projeta que o abate no Brasil vai crescer 15% em bovinos, mas os custos 6%. Segundo o presidente da JBS Mercosul, Miguel Gularte, a exportação de carne bovina na JBS deve crescer 34% em receita neste ano.
– A exportação deve fechar o ano em alta de 34%, enquanto a exportação brasileira deve subir 25% – disse.
Marfrig e Minerva
A Minerva Foods registrou queda de mais de 90% no lucro líquido do terceiro trimestre, que foi de um R$ 1,4 milhão. A empresa teve aumento de quase 30% na receita, que foi de R$ 1,495 bilhão . O grupo Marfrig teve prejuízo de quase R$ 200 milhões, divulgado no último balanço, mesmo com a alta de 15% na receita líquida, que foi de aproximadamente R$ 5 bilhões.