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O produtor Eduardo Walravens produz suínos há 25 anos na região de Holambra, interior de São Paulo. A crise dos últimos anos, com preços baixos e alto custo de produção, fez com que ele diminuísse o plantel de 300 para 200 matrizes.
– Reduzi um terço do plantel, mas foi por insegurança – salienta Walravens.
Entre junho e julho de 2012, quando a suinocultura enfrentava uma das piores crises do setor, o produtor paulista chegou a ter margem negativa de 22%. Segundo o analista da MBAgro, Cesar Castro Alves, hoje, com um custo de produção menor e com a valorização do suíno, a rentabilidade agrada.
– Os preços subiram muito nos últimos meses, com essa pressão grande de custo no ano passado tirou muita gente do setor, então, a oferta reduziu. A gente viu abates muito contidos, mesmo com mercados fechados no período, como Ucrânia, o mercado permaneceu ajustado porque os abates reduziram. Estão praticamente alinhados com o ano passado. Então, isso permitiu a recuperação sólida de preços que ainda persiste, e porque fez as margens da suinocultura boas neste momento – disse.
O suinocultor paga atualmente R$ 25 pela saca de 60 quilos de milho, produto essencial para a alimentação dos animais. No ano passado gastava R$ 32. O que preocupa é o preço do farelo de soja, cerca de R$ 1,200 a tonelada. Mesmo mais baixo do que em 2012, ainda é considerado alto.
– Diferentemente do ano passado, agora, o custo está bem mais baixo, primeiro tivemos safra de grãos muito boa no Brasil e nos Estados Unidos. Essa situação já criou cenário de custos mais baixos em relação há alguns meses e deve persistir no ano que vem. Devemos ter uma próxima safra recorde de grãos. A safra americana entrando em comercialização vai manter os custos baixos – diz o consultor.
Ainda neste ano o governo federal deve anunciar o preço mínimo da carne suína brasileira. Alves acredita que o apoio está vindo com um pouco de atraso.
– O ano passado foi um ano muito crítico de rentabilidade. Neste ano a situação da suinocultura está ótima. Mas a definição do preço mínimo não é feita só pensando no hoje, já que com a volatilidade, daqui a seis meses podemos estar passando por uma situação totalmente diferente de agora – ressalta.