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A equipe russa foi dividida em duas para uma melhor cobertura do território brasileiro: a primeira visitará oito frigoríficos de Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo e a segunda fará visitas a seis unidades nos Estados de Roraima, Mato Grosso e São Paulo. No final das visitas, no dia 6 de dezembro, uma reunião na Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília, irá avaliar os resultados das visitas.
De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), o Brasil está correndo o risco de perder parte significativa de um dos seus mais importantes mercados de carne bovina. O Rosselkhoznadzor já vem proibindo a aquisição de frigoríficos que fornecem o produto com sinais do anabolizante.
– A Abrafrigo tem feito campanhas de esclarecimento sobre o uso de anabolizantes e os prejuízos que eles podem trazer para as exportações do país, mas a maioria dos criadores desconhece esse risco. No Brasil, por sinal, existe uma legislação que proíbe a comercialização de produtos à base de ractopamina, mas não há fiscalização efetiva do Mapa – alertou o presidente executivo da entidade, Péricles Salazar.
Segundo a Abrafrigo, desde novembro do último ano, o Mapa suspendeu a importação e a comercialização no Brasil dos anabolizantes da marca Optaflexx, fabricado pela Eli Lilly do Brasil, e Zilmax, da Intervet do Brasil Veterinária, mas, na prática, isso não reduziu a utilização dos anabolizantes. A importação, produção, comercialização e o uso de anabolizantes hormonais para fins de crescimento e ganhos de peso em bovinos de abate são proibidos através da Instrução Normativa n 55 de 1º de Dezembro de 2011.
– Para evitar o risco de comprometermos nossas vendas para a Rússia, precisamos de ampla campanha de esclarecimento e uma ação mais efetiva de fiscalização por parte do Mapa e dos órgãos estaduais de fiscalização, uma vez que as restrições russas vão se acentuar daqui para frente – ressaltou Salazar.
Conforme a Associação, os frigoríficos exportadores filiados da Abrafrigo têm tomado todas as precauções possíveis, incluindo a adoção de análises laboratoriais internas. Porém, para a entidade, a fiscalização oficial contra o uso da ractopamina no campo é incipiente.
– É urgente que as autoridades sanitárias do setor público brasileiro compreendam definitivamente a extensão desse problema e de imediato iniciem ações que visem eliminar a ractopamina na alimentação do gado bovino nacional – comunicou a Abrafrigo.