Naviraí tem grande área com solos do tipo latossolo vermelho escuro (conhecido popularmente por terra roxa), com caráter álico – que necessita calagem para o cultivo de soja e milho – , e argissolos, de textura arenosa/média – que também necessitam de calagem, porém, em menor quantidade que os argilosos. A soja tem sido cultivada em ambos os tipos de solos.
>>Veja mais relatórios do consultor Áureo Lantmann
Foi em Naviraí que observamos uma lavoura de soja, cultivada em solo com 64% de areia. Um conjunto de tecnologias que certamente diminuem o custo de produção.
1) A quantidade de calcário foi estabelecida e distribuída em função de cálculos por agricultura de precisão. Isto significa que quantidades de calcário foram dimensionadas e distribuídas conforme a real necessidade de cada espaço dentro dos talhões, o que garantiu uma homogeneidade da lavoura, com o uso de menos calcário se comparado a uma distribuição sem agricultura de precisão. Economia de 0,75 sac/ha.
2) A distribuição de adubos foi no sulco de semeadura, o que garante um melhor aproveitamento dos fertilizantes. A distribuição de adubos a lanço, em solos de textura arenosa, pode comprometer o rendimento da soja, principalmente em situações de estiagem durante o período reprodutivo, situação que ocorre com frequência na região de Naviraí. Aproveitamento do fertilizante representa uma economia de 1,75 sac/ha.
3) O processo de infecção da ferrugem na soja depende de água livre na superfície da folha, sendo necessário no mínimo seis horas com um máximo de infecção ocorrendo entre 10 a 12 horas de molhamento foliar. Temperaturas entre 18 °C e 26,5 °C são favoráveis para a infecção. Em Naviraí, são frequentes temperaturas acima 28,0 °C, o que promove intensa evapotranspiração nas superfícies das folhas de soja. Essas informações, aliadas a consultas fornecidas pelo Consorcio Anti-ferrugem da Soja e a prática do vazio sanitário com qualquer vegetal que forneça uma “ponte verde” para o estabelecimento da ferrugem, têm permitido aos agricultores desta região fazer uma única aplicação de fungicida para o controle da doença. Economia de 1,75 sac/ha.
4) O controle de percevejos no custo de produção da soja pode representar até 2,5 sac/ha. Porém, alguns procedimentos como aplicações para o controle dos percevejos antes do início do desenvolvimento de vagens (R3) não resultam em melhoria da produtividade, e ou da qualidade dos grãos, e também não reduzem a densidade populacional de percevejos na fase crítica da soja. O inicio das infestações com percevejos começa sempre pela bordadura, daí a primeira aplicação ser exclusiva para a região da bordadura. Essas duas observações são levadas em consideração por produtores de soja da região de Naviraí, com isso o custo de 2,5 sac/ha pode ser reduzido para 1,5 sac/ha. Economia de 1,00 sac/ha.
A adoção destas quatro tecnologias reduz o custo de produção em 5,25 sacas por hectare.