De acordo com o presidente da Federação, Eduardo Riedel, o movimento é uma expressão legítima dos produtores em defesa do direito de propriedade e de sua integridade física.
– Com ou sem leilão, iremos nos reunir no dia 7. Se formos impedidos de nos unir para discutir nossos problemas, teremos a morte da democracia – afirmou.
Segundo o dirigente, as entidades ficaram sabendo da liminar por meio da imprensa.
– Vamos manter a manifestação e assim que o processo estiver em nossas mãos, tomaremos as ações judiciais cabíveis – acrescenta Riedel.
Para o advogado dos produtores rurais das áreas invadidas de Sidrolândia, Newley Amarilla, a decisão judicial é um ato arbitrário e revela parcialidade da Justiça.
– A Justiça concede uma liminar e manda para a imprensa primeiro, o que coloca em risco de maneira irresponsável sua reputação – destacou.
O movimento já tem a presença confirmada de mais de 2 mil produtores, da presidente da confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da senadora Kátia Abreu, do senador Ronaldo Caiado, além da participação da bancada federal, dos deputados estaduais e de lideranças rurais de outros Estados.
Segundo a Acrissul, o leilão já arrecadou, por meio de doações, mais de 800 bovinos, além de animais de pequeno porte e grãos. Os promotores do leilão estimavam uma arrecadação de R$ 3 milhões que serão destinados a ações em defesa e proteção dos produtores de áreas invadidas.
Liminar
A suspensão atendeu a uma ação do Conselho Aty Guassu Guarani Kaiowá e do Conselho do Povo Terena. Os indígenas temem que a contratação de seguranças privados signifique o acirramento dos conflitos armados na região. Na decisão, a juíza federal Janete Lima Miguel determina que as entidades se abstenham de realizar o leilão agendado para sábado no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande, bem como outros leilões similares em locais e datas diversas, sob pena de multa de R$ 200 mil.