Queda no PIB reflete perdas causadas por novas pragas, diz diretor do Andef

Para Eduardo Daher, produtores de grãos ainda não contam com tecnologias eficientes para o manejo da helicoverpa e outras ameaçasNo trimestre de julho a agosto deste ano, o PIB agropecuário registrou queda de 3,5%, de acordo com o IBGE. Comparado ao mesmo período de 2012, o PIB agropecuário deste ano recuou 1%, pior resultado desde 2009.

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Para Eduardo Daher, diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), dois principais motivos levaram a esse resultado abaixo da expectativa: um deles é o problema da infraestrutura logística no país – apontado constantemente como um dos maiores gargalos da produção rural brasileira.

– Mas há outro fator ainda mais urgente: as pragas que estão se alastrando sem controle pelas lavouras. A burocracia dos órgãos regulatórios no Brasil para aprovar novas tecnologias tem sido muito mais lenta do que as pragas que se multiplicam nas lavouras -destaca o executivo.

Somente no estado da Bahia, na última safra, a helicoverpa gerou prejuízos de mais de R$ 2 bilhões aos produtores de soja e algodão. Para 2013/2014, um levantamento da Embrapa mostrou que a lagarta já chegou às regiões do Mapitoba e Centro-Sul, maiores polos produtivos do país. Daher reforça que os produtores de grãos sentiram o maior impacto dos prejuízos com as novas pragas, como Helicoverpa armigera, mosca-branca, buva e mofo-branco, e que, segundo ele, ainda não contam com tecnologias eficientes para o seu manejo.

Apesar da retração de 3,5%, o agronegócio deve crescer 6,5% em 2013. Para Daher, isto demonstra que o setor continua sendo o grande carro-chefe da economia do Brasil.

– Mas sem estímulo à pesquisa e à inovação, a falta de novas tecnologias que protejam as nossas lavouras – e evitem as perdas na produção – pode continuar sendo um entrave ao desenvolvimento da atividade mais importante para o país – aponta Daher.

Ele enfatiza que, há alguns anos, o agronegócio tem garantido o crescimento da economia, e completa:

– Está evidente que cuidar e investir na produção rural brasileira é defender a soberania nacional.