Entretanto, os pecuaristas querem mais, dizem que ainda estão trabalhando no vermelho. Os mineiros cobram redução nos impostos porque recebem até R$ 300 a menos por cabeça em relação aos paulistas.
Na pastagem, os diferentes ciclos da boiada vão dividindo os mercados na extensa cadeia produtiva da pecuária de corte. O grande desafio é buscar o equilíbrio, já que atualmente o bezerro está caro e, o boi gordo, barato. A conta não fecha.
Recompor o rebanho foge do planejamento do pecuarista, na última semana a arroba do boi reagiu e trouxe esperança. Em Minas Gerais, os produtores fazem os cálculos e precisam de um mercado mais favorável para amenizar as diferenças de tributação entre os Estados.
Os mineiros estão recebendo R$ 10 a menos pela arroba do boi comparando com os pecuaristas de São Paulo. Impostos e frete são os responsáveis por esta diferença. Para os produtores rurais do triângulo mineiro, o ideal para viabilizar a atividade é manter o preço acima de R$ 80 a arroba.
O pecuarista Carlos de Rezende mostra o manejo que faz na fazenda, como a lida com genética para produção de leite. Em seu estabelecimento, ocorre o ciclo completo na pecuária de corte e ele manda todos os anos cerca de quatro mil animais para o abate. Rezende explica que do jeito que vem o mercado corroendo o capital dos pecuaristas, não é possível reinvestir nas necessidades básicas que fazem parte do manejo operacional da fazenda.
O pecuarista é daqueles que acompanha o boi até na linha de abate, e anda com medo de não receber dos frigoríficos com o fechamento de algumas unidades. Na hora de negociar garantias, há mais um desconto se o produtor exigir pagamento à vista.