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Em maio de 2013, na safra das secas, foi registrada a maior média de preço nominal da batata padrão ágata especial na Ceagesp desde o início da série histórica Cepea: R$ 128,00 a saca de 50 kg, valor 188% maior que a média registrada no mesmo mês de 2012. Além de maio, os meses de abril, junho e julho também registraram preços médios próximos dos R$ 100,00 a saca no atacado paulistano.
De janeiro a agosto, todos os meses registraram preço médio acima dos R$ 80,00 a saca na Ceagesp, garantindo alta rentabilidade ao produtor nacional. Somente a partir de setembro, com o aumento do número de regiões ofertantes no mercado, é que os preços recuaram, mas ainda assim permaneceram acima do valor mínimo estimado para cobrir os gastos com a cultura. Com isso, o preço médio em 2013, até novembro, na Ceagesp foi de R$ 93,37 a saca, valor 83% superior ao de 2012.
Cultivo limitado
De acordo com o setor, o baixo volume de batata semente observado no território nacional desde junho de 2013 limitou o cultivo de inverno e a expansão de área para a safra das águas 2013/201. Produtores de diversas regiões que cultivam nas safras das secas e de inverno tiveram dificuldades para encontrar o insumo. Esse cenário deu-se em função dos altos preços da batata desde o início de 2013, uma vez que boa parte da produção que seria destinada à propagação foi comercializada no mercado in natura, estratégia utilizada por produtores para aumentar a rentabilidade após dois anos de resultados negativos. Além disso, geadas no Sul ocasionaram perdas de área de cultivo de sementes, mais especificamente no Paraná, agravando a falta do produto. Os estoques ficaram abaixo do normal, refletindo em maiores importações de sementes certificadas.
De janeiro a outubro de 2013 foram importadas 5.782 toneladas, 129% a mais que no mesmo período o ano passado. Em receita, os gastos subiram US$ 3,25 milhões, segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O principal bloco exportador da semente para o Brasil é a União Europeia, com liderança da Holanda, responsável por 2.389 toneladas. Já o Mercosul exportou ao Brasil, nos primeiros dez meses de 2013, 1.175 toneladas do insumo. O cenário de baixo volume de batata semente faz com que batatas não certificadas ou de qualidade inferior também sejam plantadas, o que pode comprometer a produtividade dos tubérculos que virão a ser colhidos na safra das águas 2013/14.
Para a próxima temporada a expectativa é que os preços de semente não permaneçam tão elevados, uma vez que, com produtores capitalizados, as áreas tradicionalmente destinadas à semente voltem a ter esse destino, e não mais acabem comercializadas no mercado in natura.
Aumento de área
Segundo o Cepea, os preços recordes da batata em 2013 capitalizaram produtores, já que não houve acentuadas quebras de produção. Apesar disso, a previsão é de manutenção de área de plantio (aumento de apenas 1%) para a safra das águas 2013/2014. Sobretudo a falta de batata semente é o fator que limita a expansão da área. Outros fatores podem ser mencionados: prejuízos de anos anteriores, dificuldade de contratação e elevado custo da mão de obra, e preços elevados de insumos como fertilizantes e defensivos devido ao aumento do dólar, valores crescentes e dificuldade no arrendamento de terras em algumas regiões, devido à competição com outras culturas. Com esta previsão de área praticamente estável, possivelmente não haverá excesso de oferta no mercado nacional.
As cotações tenderiam a ficar acima dos custos de produção. A oferta da temporada deve ficar um pouco mais concentrada em dezembro/13 e janeiro/14, com a colheita dos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. Vale lembrar que as condições climáticas também terão forte influência sobre as cotações, podendo elevar ou reduzir o volume disponível no mercado nacional.