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Na fazenda do produtor rural Arno Weis, em Goiás, a soja será colhida em fevereiro. Mas, até agora nem sinal do defensivo benzoato de emamectina, para combater a lagarta Helicoverpa armigera. Weis afirma que entrou com o pedido de importação por meio de uma cooperativa e ainda não obteve resposta. Na sua propriedade, a praga está sendo controlada com outros tipos de agroquímicos. O manejo, feito com cerca de seis aplicações, tem elevado o custo de produção.
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– Fazendo um calculo, são quatro sacas de soja a mais, o que corresponde a R$ 250 a mais por hectare, no custo de produção. A gente fez o pedido com as firmas particulares que fazem a importação, mas lamentavelmente não chegou – afirmou Weis.
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Para tentar agilizar a entrada do produto no país, o Mapa publicou uma portaria que torna obrigatório o registro de autorização de importação expedido pelo Ministério e pela Agrodefesa dos Estados. O texto também retira a restrição de prazo da licença de importação e permite o uso dos lotes que já estão no Brasil, além de alterar a forma de calcular o volume de defensivo que será adquirido.
A partir de agora, os Estados que tiveram o status de emergência fitossanitária declarado devem fazer uma estimativa das áreas de culturas atacadas pela lagarta, determinar a quantidade necessária de agroquímico e encaminhar ao Mapa.
– Facilita porque seria difícil tanto para o Estado, para o agricultor e para o Ministério declarar emergência sanitária por fazenda e agora por área estimada. Facilita o trabalho tanto do órgão de fiscalização do Estado como dos órgãos de controle do Mapa – relatou o diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura, Girabis Evangelista Ramos.
Segundo o diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabricio Rosa, agora ficou bem clara a forma operacional, porque os produtores de áreas afetadas, que tem risco de surto, podem importar o produto.
– Anteriormente, o produtor tinha que declarar, tinha que ser detectada a presença da lagarta, o que era impossível durante a safra. Porque a detecção é feita em laboratório e leva 60 dias e já teria passado mais da metade do ciclo da cultura – ressaltou Rosa.
Atualmente, o Mapa tem apenas dois pedidos de empresas para importarem o benzoato de emamectina. E não há previsão para uma resposta.
– Essa documentação técnica está em avaliação com a equipe técnica, que será passada ao secretário de defesa e as instâncias superiores do ministro – disse Ramos.
Apesar de ter sido bem recebida pelo setor, a medida não deve surtir efeito nesta safra para a cultura da soja, já que a colheita está prevista para os meses de fevereiro e março.
– Infelizmente nós já estamos colhendo a safra. Já houve o decreto de emergência para alguns Estados e agora para utilizar esse produto, só na próxima safra e mediante um pedido de renovação que só pode ser feito por mais um ano. Foi um pouco tardio, mas sem dúvida vai servir para o milho segunda safra e também para os produtores de algodão – afirmou Rosa.