O óleo de canola vindo do Canadá, o de girassol que vem do Leste Europeu além do óleo de palma importado da Malásia e Indonésia são apontados como os principais fatores para a baixa dos preços do produto. A oferta vem superando a demanda do mercado interno.
– Tendo todo esse aumento na oferta de óleos vegetais, os preços caem porque os óleos são substituíveis entre si. Então, se o preço de palma acaba tendo um preço menor, o pessoal busca o óleo de palma e, portanto, isso derruba o preço dos outros óleos – afirma Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Os preços mais altos nos últimos anos têm relação direta com a quebra das safras em alguns países da América do Sul e do Norte, mas com a recuperação e produção de soja no Brasil, Argentina e Estados Unidos nos últimos dois anos os preços voltaram a cair.
– A agricultura está respondendo àquele aumento de preços que a gente verificou em 2008/2010. Esse aumento de preço estimulou a oferta mundial de óleos vegetais, e, hoje, nós estamos vendo os benefícios disso – acrescenta Amaral.
Os preços variam nas diferentes regiões do Brasil e chegam a registrar até 30% de queda.
– Em Rondonópolis, Mato Grosso – temos como referência o preço de Rondonópolis – a queda foi bem acentuada, coisa de 30%. Em Ponta Grossa, no Paraná, que é referência para o Paraná, também chegamos a fazer esse levantamento. E, no Estado de Goiás, também observamos esse movimento mais intenso – diz Natalia Orlovicin, analista de mercado da FCStone.
Para Amaral, a oferta de óleos vegetais deve permanecer alta em 2014, o que pode manter os preços em patamar inferior ao registrado ao longo do ano passado.
– Por enquanto os preços estão remuneradores, o que acaba estimulando outras indústrias, outras aplicações até mesmo de programas de biodiesel. Esperamos que no Brasil essa queda de preço estimulasse a utilização da mistura obrigatória – afirma Amaral.
Diante desse cenário, Natalia alerta para a inviabilidade do esmagamento de soja no Brasil.
– Se os preços do óleo de soja caírem muito mais, ou continuarem como estão a patamares mais baixos do que já estão, e o preço continuar nesse nível alto, sendo suportado pela demanda chinesa que continua muito alta, a atividade de esmagamento no Brasil pode ficar inviabilizada. Por quê? Porque a margem do produtor vai embora, se o preço do óleo ficar muito barato, que é o que vem ocorrendo – afirma Natalia.
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