Preços do óleo de soja não param de cair no país

Analistas alertam para inviabilidade do esmagamento de soja no BrasilOs preços do óleo de soja não param de cair. Desde o ano passado, o recuo é de aproximadamente 30%. Analistas alertam para a inviabilidade do esmagamento da soja no Brasil.

O óleo de canola vindo do Canadá, o de girassol que vem do Leste Europeu além do óleo de palma importado da Malásia e Indonésia são apontados como os principais fatores para a baixa dos preços do produto. A oferta vem superando a demanda do mercado interno.

– Tendo todo esse aumento na oferta de óleos vegetais, os preços caem porque os óleos são substituíveis entre si. Então, se o preço de palma acaba tendo um preço menor, o pessoal busca o óleo de palma e, portanto, isso derruba o preço dos outros óleos – afirma Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Os preços mais altos nos últimos anos têm relação direta com a quebra das safras em alguns países da América do Sul e do Norte, mas com a recuperação e produção de soja no Brasil, Argentina e Estados Unidos nos últimos dois anos os preços voltaram a cair.

– A agricultura está respondendo àquele aumento de preços que a gente verificou em 2008/2010. Esse aumento de preço estimulou a oferta mundial de óleos vegetais, e, hoje, nós estamos vendo os benefícios disso – acrescenta Amaral.

Os preços variam nas diferentes regiões do Brasil e chegam a registrar até 30% de queda.

– Em Rondonópolis, Mato Grosso – temos como referência o preço de Rondonópolis – a queda foi bem acentuada, coisa de 30%. Em Ponta Grossa, no Paraná, que é referência para o Paraná, também chegamos a fazer esse levantamento. E, no Estado de Goiás, também observamos esse movimento mais intenso – diz Natalia Orlovicin, analista de mercado da FCStone.

Para Amaral, a oferta de óleos vegetais deve permanecer alta em 2014, o que pode manter os preços em patamar inferior ao registrado ao longo do ano passado.

– Por enquanto os preços estão remuneradores, o que acaba estimulando outras indústrias, outras aplicações até mesmo de programas de biodiesel. Esperamos que no Brasil essa queda de preço estimulasse a utilização da mistura obrigatória – afirma Amaral.

Diante desse cenário, Natalia alerta para a inviabilidade do esmagamento de soja no Brasil.

– Se os preços do óleo de soja caírem muito mais, ou continuarem como estão a patamares mais baixos do que já estão, e o preço continuar nesse nível alto, sendo suportado pela demanda chinesa que continua muito alta, a atividade de esmagamento no Brasil pode ficar inviabilizada. Por quê? Porque a margem do produtor vai embora, se o preço do óleo ficar muito barato, que é o que vem ocorrendo – afirma Natalia.

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