Seca e calor provocam perda de 40% na safra de soja em São Paulo

Dos 29,9 milhões de sacas de 60 quilos previstos, serão colhidos 17,9 milhõesA falta de chuvas e o calor excessivo já causaram perdas de pelo menos 40% na safra de soja, segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Dos 29,9 milhões de sacas de 60 quilos previstos, serão colhidos 17,9 milhões. O prejuízo das condições climáticas na cultura já atinge R$ 744 milhões, conforme a cotação da soja nesta quinta, dia 6. No sudoeste paulista, uma das principais regiões produtoras, as perdas chegam à média de 45%, mas as lavouras tardias, plantadas a

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De acordo com o agrônomo, mais do que a chuva, as plantas sentem a alta temperatura.

– A região é de clima ameno, mas a temperatura no campo tem chegado a 40°C, o que leva à queda das flores e ao abortamento dos grãos – salienta.

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Apenas no município de Itapeva, as perdas na soja beiravam um milhão de sacas. Em Capão Bonito, o agricultor Emilio Kenji Okamura via a soja ressequida pelo sol em uma área de 300 hectares e contabilizava o prejuízo. Ele diz que boa parte dessa área já tem perdas de 40%.

Agricultores que irrigam a soja enfrentam outro problema: sem chuva, as minas e as  lagoas onde são feitas a captação da água estão secando. Na região de Ourinhos, Vale do Paranapanema, lavouras inteiras amarelaram antes da hora sob o sol forte.

– Não choveu o necessário e as vagens não encheram, é só palha – disse o agricultor Orlando Sartori.

O Estado de São Paulo não é grande produtor de soja, ocupa a oitava posição no país, mas a estiagem e o calor afetam também as lavouras do Paraná, segundo maior produtor. De acordo com a pesquisadora do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura, Juliana Yaguchi, a área plantada no Estado de 4,89 milhões de hectares – 5% mais que na safra anterior -, deveria produzir 16,5 milhões de toneladas, mas ela acredita que esse número será revisto para baixo.

– A expectativa era de grande produtividade, mas já temos regiões sem chuva há 25 dias e o calor chega a 40°C. Ainda não é possível mensurar, mas já há quebra. O agricultor está olhando para o céu e pedindo chuva – disse.

Milho

– O plantio foi feito mais tarde e a lavoura está pegando o período mais seco – disse a pesquisadora do Deral.

Os efeitos da seca, nos dois Estados e em regiões produtoras do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso do Sul, podem afetar o desempenho da safra brasileira de grãos, prevista em 91,5 milhões de toneladas. Apesar da quebra, a safra ainda deverá ser recorde.

Agência Estado