Os números impressionam, já que o Estado foi muito atingido pela escassez de chuvas e altas temperaturas na safra 2013/2014. A tecnologia aplicada na lavoura fez a diferença para alguns agricultores, que já comemoram os bons resultados.
Murilo Menin Flores é um jovem agricultor da região de Mamborê. Nos últimos três anos ele começou a aplicar mais tecnologia nas lavouras e a produtividade da soja aumentou. Uma das áreas deve render mais de 80 sacas por hectare.
– O trabalho baseado em dois pontos de rotação de cultura e, principalmente, agricultura de precisão com correção em profundidade tem dado diferencial muito grande em relação a outras fazendas ao redor da nossa fazenda. A condição foi atípica. Muita seca e calor extremo. Como o solo está bem corrigido, a raiz buscou água e deu suporte para planta. O resultado vai ser em torno de 80 sacas por hectare. O grande investimento está em calcário e gesso e traz beneficio tremendo para a lavoura – conta.
O consultor agronômico Carlos Henrique Backes está contente com o resultado da lavoura em Mamborê. Ele desenvolveu os trabalhos de agricultura de precisão junto com a família Flores, e hoje colhe a recompensa.
– É um conjunto de práticas aliadas à agricultura de precisão, que consegue ter esses resultados no Paraná. Com a vinda do milho safrinha tem tido muito problema sem rotação de cultura e problemas de compactação de solo e o manejo ficou incorreto. A gente conseguiu ver na prática o resultado e mostrado em palestras e implantando no campo você começa a ver e começa a passar para os produtores. Nessa safra estamos conseguindo resultados na media por hectare, bem acima das propriedades que não têm implantado o sistema – explica o especialista.
Mas os rendimentos da lavoura em Mamborê não servem de referência para este ano safra no Paraná.
– Infelizmente o agricultor paranaense em função do clima vai colher 15 sacas, 20 sacas por hectare. Regiões como essa tem soja de mais de 80 sacas, mas não é a realidade do Paraná este ano. O produtor paranaense investe em tecnologia, investe em rotação de cultura. Esse ano tivemos aumento da área e migração do milho verão e feijão. E mesmo assim não teremos a safra recorde tão esperada e o prejuízo para o agricultor paranaense vai ser pesado – afirma o presidente da Aprosoja Paraná, Zeze Sismeiro.
A colheita de soja no Estado continua e segue revelando números bastante contrastantes. Enquanto em fazendas do norte há rendimentos médios de 30 sacas por hectare, na região central há áreas com recorde de rendimentos acima de 82 sacas. De acordo com o Departamento de Economia Rural do Estado do Paraná (Deral), o Estado deve ter uma safra recorde de 16,5 milhões de toneladas, uma alta de 4% em relação ao ano passado.