– Felizmente, as chuvas estão chegando, mas o estrago já foi feito. É irreversível. Não dá para mensurar os prejuízos, porque depende de região para região. Há quebra de safra neste e no próximo ano. A chuva pode amenizar a situação no pé das lavouras, mas não recupera os prejuízos.
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Estimativas de perda
A Terra Forte, uma das maiores exportadoras de café do Brasil, revisou para baixo sua estimativa para a produção nacional do grão em 2014. A safra, que começa a ser colhida entre abril e maio, deve alcançar, em média, 47,4 milhões de sacas de 60 quilos, em comparação com 53,7 milhões de sacas na previsão anterior, de dezembro, o que corresponde a uma queda de 11,7%.
“Em algumas regiões choveu mais, outras menos, mas a situação é extrema em todo o cinturão do café arábica”, informou a empresa.
A empresa estima agora que a safra de arábica deve alcançar, em média, 30 milhões de sacas em comparação com 36,3 milhões de sacas na projeção anterior. A produção de robusta (conilon), “que deve escapar ilesa (do clima adverso)” foi mantida em 17,4 milhões de sacas. Desse modo, espera-se uma safra entre 46 milhões.
Já o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, estima que a quebra em Minas Gerais ultrapasse 30%. Segundo ele, a chuva só faz com que as perdas deixem de aumentar. O superintendente comercial da cooperativa, Lúcio Dias, explica que a falta de chuva não deixa o grão encher. Mesmo com precipitação, Dias também confirma que o quadro é irreversível.
– O grão está murcho. Aparentemente está bonito, mas dentro está vazio. Mesmo que chova, não vai haver recuperação dos grãos – lamenta o superintendente.
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