Conforme entrevista do agricultor Odilon José Alves Filho, de Zé Doca, ao programa Mercado e Companhia, os agricultores da região estão sendo tratados de forma injusta, já que não são latifundiários e nem exploradores de madeira (a região foi alvo de madeireiros ilegais, que contribuíram para a devastação da área). Ele defende que o governo dê um novo prazo para a desocupação, pois os produtores foram tratados como “bandidos e plantadores de maconha” e serão encaminhados para uma região sem aptidão agrícola e de solo infértil (Parnarama, a cerca de 300 quilômetros do local).
Segundo ele, muitos agricultores vivem de maneira subsistente, com o cultivo de mandioca, e o estado na região é de “guerrilha”, com atuação da Polícia Federal e das Forças Armadas.
– Essas quatro cidades têm os piores IDH [Índice de Desenvolimento Humano] da região. Os produtores são tratados pelo governo como bandidos e plantadores de maconha. Paulo Maldos [Secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República] afirma que eles estão lá ilegalmente e trata os agricultores como grandes fazendeiros -afirma o agricultor.
Alves Filho lembra que os pequenos agricultores da região tiveram suas atividades agrícolas financiadas pelo próprio governo federal, com recursos do Banco do Nordeste, do Banco da Amzônia e do programa de Agricultura Familiar.
Além da desintrusão, a Funai obstruiu ramais e estradas de acesso à atual reserva indígena. O direito ao usufruto da terra pela comunidade indígena foi definido por meio de decreto presidencial publicado em 2005.
Assista à entrevista completa: