>> Leia mais notícias sobre fruticultura
A safra de manga do produtor rural de Aguaí, no interior de São Paulo, José Arthur vai ser bem menor este ano. Ele afirma que na última safra produziu 500 toneladas de manga e este ano a produção não deve passar das 250 toneladas.
O problema enfrentado pelos produtores de manga de Aguaí vem do início da safra, no ano passado. O excesso de chuva e o frio intenso prejudicaram a produção. Os produtores estão contando com uma quebra que pode chegar a até 50%.
O Estado de São Paulo produz cerca de 230 mil toneladas de fruta por ano, segundo o Instituto Brasileiro de Frutas. Aguaí é o 13° maior produtor do Estado. O município tem 200 hectares da cultura e além da baixa produtividade, os agricultores enfrentam também dificuldades com o preço. Segundo eles, o mercado está pagando muito pouco e cobrando mais caro.
– Com certeza o preço vai ficar mais alto e não temos como repassar para o mercado consumidor. Mas se você observar nas prateleiras dos supermercados, os preços já estão mais altos e nós não estamos conseguindo repassar isso com preços para nós – relata Arthur.
Notícias Relacionadas
Para o engenheiro agrônomo Juliano Converso, não há como mudar a realidade do produtor, já que estão em época de colheita. Mas é possível mudar a situação dos preços.
– É preciso tentar ter um aumento de lucro e vamos ver se, depois do dia 10 de março, teremos uma melhora no preço. Senão, é prejuízo e não tem como escapar. Se mantiver os preços como estão pode empatar. Tem que subir o preço para que tenha lucro, senão não vai ter – afirma Converso.
A estiagem que atingiu boa parte de São Paulo não chegou a prejudicar a produção de manga na região, mas é preciso que chova agora para não atingir a plantação no segundo semestre. O engenheiro agrônomo alerta que a próxima safra pode ser prejudicada se o tempo não ajudar.
– Essa estiagem não interferiu na produção, pois a floração foi em agosto, setembro, meses com chuva e frio. Então vai depender do clima. Se agosto, setembro for chuvoso e frio, pode ter uma safra baixa de novo. É questão climática mesmo – explica Converso.
