A organização afirmou que os dados mostram altas nos preços de milho e trigo, em resposta aos recentes acontecimentos na Ucrânia, mas acrescentou que o avanço não pode ser totalmente atribuída a esses eventos.
O indicador avançou 208,1 pontos em fevereiro, queda de 2,1% ante período equivalente de 2013, mas acentuadamente acima dos números registrados em janeiro, revertendo o que a FAO vinha chamando de “um longo período de queda generalizada nos preços dos alimentos”.
– É muito cedo para dizer se essa é uma verdadeira reversão de tendência – disse Concepcion Calpe, economista sênior da FAO.
Ele acrescentou que o clima deve elevar os preços do açúcar e do trigo, enquanto a demanda tem impulsionado preços de milho, lácteos e dos óleos.
O indicador global de preços dos alimentos vêm registrando queda tanto em termos reais quanto nominais desde 2011, após um longo ciclo de alta entre 2004 e 2009.
A produção mundial de trigo deve cair cerca de 1,7% ante o nível de 2003, mas a produção de 704 milhões de toneladas ainda responderá pela segunda maior safra já registrada, disse a FAO.
Antes do início da crise na Ucrânia, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) havia estimado que o país seria o quinto maior exportador mundial de trigo e o terceiro de milho. O principal mercado da Ucrânia é o Egito, maior importador mundial de trigo, além do Oriente Médio e da África.
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