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A estufa de Ricardo Giorgetti, no município de Capivari, interior de São Paulo, está vazia e o produtor tenta contabilizar os prejuízos causados pela estiagem. Ele reproduzia cerca de um milhão de mudas todo mês, mas agora não consegue mais do que 200 mil. A alface é a mais prejudicada. O açude que ele mantém na propriedade começa a se restabelecer com as pequenas chuvas que ocorreram nos últimos dias na região. Mas, ainda assim, a quantidade é insuficiente para a demanda e a situação pode piorar se o inverno for seco e sem chuvas.
Para piorar a situação dos produtores de hortaliças, a praga chamada ‘trips’, um inseto parecido com uma pulga, que mata a planta em larga escala, se desenvolveu mais intensamente com as altas temperaturas e está se alastrando pelas lavouras da região paulista, prejudicando ainda mais o processo de produção. O engenheiro agrônomo da Casa da Agricultura de Capivari, João Luis Castelani, diz que ninguém consegue produzir e o preço disparou. Os produtores importando de outras cidades para dar conta da demanda.
Na propriedade de Silvestre Marcon Toaliari prejuízo foi total, primeiro com a estiagem e, depois, por causa da trips. Ele diz que está amargando prejuízos há pelo menos três meses e, como se trata de hortaliças, não pode produtos muito tóxicos.
A praga é tão devastadora que, numa área como a de Silvestre, com 30 canteiros, dos cerca de 15 mil pés de alface que deveriam ser retirados, o produtor não deve colher mais do que três mil, ou seja, 20% da produção esperada.
Entre as causas que aumentam a infestação da praga está o tempo de uso da terra com a mesma cultura. A recomendação do engenheiro agrônomo João Luis Castelani é que os produtores façam a rotação de culturas enquanto a chuva não vem para esfriar o clima.
• Produtores de hortaliças utilizam hidroponia para proteger produção da estiagem