Segundo ele, o fato dos preços terem caído nesta quarta, dia 12, é resultado de um combinado de informações, já que o mercado subiu durante cinco semanas consecutivas e isso embutiu uma posição comprada, uma movimentação de dinheiro, que acabou deixando um viés um pouco mais vulnerável caso houvesse uma liquidação de lucros.
– Há uma série de rumores de que a China estaria cancelando de 20 a 25 embarques de soja do Brasil porque não estava conseguindo cancelar dos Estados Unidos. O rumor vai além disso, dizem que os chineses estariam revendendo esses embarques para os Estados Unidos por um diferencial de preço menor; estariam tendo uma perda, mas uma perda menor do que se tivessem comprado a soja com uma margem negativa. Enfim, é uma série de rumores – relata.
De acordo com Ito, a situação nos Estados Unidos está complicada, já que os estoques estão muito baixos.
– A situação não é tão rápida para resolver. Mesmo que esses rumores fossem verdadeiros, iriam demorar meses para esses embarques chegarem aqui – afirma.
Conforme o analista, haverá uma aversão ao risco no cenário macro com o conflito no Leste Europeu.
– Com as tensões se elevando, também temos um suposto aperto de crédito pelo governo chinês. Sabemos que tem uma boa parte do crédito na China fomentado por cartas de crédito de importação de commodities, como cobre, por exemplo. A soja também tinha algum envolvimento. Não sabemos exatamente a extensão disso – declara.
Para Ito, os conflitos também poderiam estar causando ou ajudando a causar uma pressão nos preços em Chicago. Ele ressalta que seria uma pressão mais pontual. Apesar da queda, Ito entende que a situação não é uma tendência. Ele destaca que, por enquanto, no cenário, não há nenhuma confirmação de mudança, só rumores.
– No momento, os produtores estão segurando, a originação está parada, talvez porque o mercado caiu e o pessoal está esperando para ver se os preços voltam a subir – afirma.