Segundo ele, esse cenário vem ocorrendo desde outubro e a Rússia está se tornando um grande parceiro do Brasil e de Mato Grosso na compra de carnes. De acordo com dados do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em janeiro deste ano, a Rússia importou 18,3% do volume total embarcado pelo Estado.
– Com essa confusão entre Rússia e Estados Unidos, com certeza a Rússia vai demandar mais carne brasileira do que carne americana. A expectativa é de aumento nas exportações – declara.
De acordo com Prado, Mato Grosso – que detém o maior rebanho do país – está preparado para atender a demanda.
– Estamos preparados. O boi é pasto. Como em Mato Grosso tem chovido muito (até mais do que o necessário para os grãos), os pastos estão verdes e isso acaba beneficiando o desenvolvimento dos bois. Então teremos sim oferta de animais, de forma tranquila, para ofertar ao mercado internacional, principalmente para a Rússia – diz.
O especialista ressalta que a Venezuela é outro grande comprador do Estado.
– A Venezuela ora deixa de comprar, ora volta a comprar muito. O país supera as expectativas e supera até mesmo o volume de carnes que a Rússia comprou em janeiro – relata.
Outro ponto positivo para o setor é o bom desempenho das cotações. A alta da arroba pode ser considerada recorde, principalmente em Mato Grosso.
– É uma alta importante. Fazia vários anos que não se registrava uma alta desse porte. Isso traz de volta a competitividade ao pecuarista. Estamos recuperando o que foi perdido há alguns anos atrás. Espero que essa alta se estabilize para que os pecuaristas possam ser remunerados pela suas atividades e para que o consumidor também possa estar comprando produtos de qualidade – afirma.
>> Assista à entrevista: