O fórum discutiu questões voltadas à produção florestal e também sobre a produção de erva-mate no Estado. Conforme dados do IBGE, o Rio Grande do Sul foi o Estado com a maior produção de lenha em 2013 e de acordo com a Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), a tendência é de que a liderança deste ranking seja mantida para 2014.
Segundo Doadi Brena, consultor da Ageflor, uma das funções do fórum é discutir o desenvolvimento da cadeia produtiva com base florestal.
– Atualmente enfrentamos uma situação estranha. Foi realizado todo um esforço para replantar as áreas de floresta, porém os investimentos previstos não se instalaram no Estado. Nós temos uma oferta de matéria-prima para a qual não existe um mercado assegurado. Isto traz problemas para os produtores, especialmente aqueles que já estão com suas florestas em ponto de colheita e não encontram mercado ou preços adequados para seus produtos – afirmou.
Outro ponto abordado pelo consultor da Ageflor foi uma solicitação ao poder público, que pode auxiliar os produtores atraindo investidores e viabilizando a formação de arranjos produtivos de base florestal.
– Podemos utilizar esta base florestal, determinar onde ela está. Temos também de verificar as condições em termos de espécie, quantidade e logística possível. A partir daí poderíamos traçar uma melhor estratégia de aproveitamento potencial, já que é uma atividade a longo prazo e que pode contribuir para a sociedade e o Estado – declarou.
Em seguida, foi a vez de se debater a erva-mate, tão tradicional entre os gaúchos. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater Valdir Zonin, o produto, atualmente, está chegando ao consumidor com o preço muito alto.
– Hoje o produtor recebe um preço justo, porém, para o consumidor a erva-mate tem um custo alto. Algumas redes de supermercados trabalham com um ágio de até 70%. O objetivo é regular os elos da cadeia produtiva da erva-mate para que todos saiam ganhando, inclusive o consumidor – disse.
Zonin também esclareceu que a última alta no preço final da erva-mate aconteceu em função de uma safra em que a produção não atendia à demanda.
– Atualmente, a produção está nos níveis normais, os produtores investiram em tecnologia e a produtividade aumentou. A produção é suficiente para o nosso consumo – finalizou.