Etanol brasileiro de cana-de-açúcar é reconhecido nos Estados Unidos por suas vantagens na área ambiental

Governo da Califórnia destaca o papel do biocombustível na redução de emissões de gases que causam o efeito estufaEnquanto no Brasil as políticas públicas vigentes ignoram os ganhos ambientais proporcionados pela produção e uso em larga escala do etanol de cana-de-açúcar, nos Estados Unidos o biocombustível brasileiro continua sendo reconhecido, em grande medida por suas vantagens na área ambiental. Nessa terça, dia 11, o etanol de cana, que desde 2010 é o único etanol disponível em larga escala no mundo considerado pelo governo americano um biocombustível avançado, apareceu com destaque em um conjunto de p

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As propostas, divulgadas pelo California Air Resources Board (Carb), departamento que define parâmetros para o uso de combustíveis de baixo carbono no Estado, destacam o papel do etanol de cana na redução de emissões de gases que causam o efeito estufa e levam às mudanças climáticas. A redução no uso de petróleo proporcionada pelo etanol também é citada.

O Carb revisa para melhor a avaliação que já era positiva do etanol de cana com relação aos chamados efeitos indiretos sobre o uso da terra (Indirect Land Use Changes – ILUC), atribuindo ao etanol brasileiro cerca de metade das emissões estimadas anteriormente. Esse conjunto de avaliações da Califórnia, cujo governo é conhecido mundialmente pela ênfase dada à redução de emissões e a questões ambientais, é o tipo de reconhecimento que falta no Brasil, na opinião da presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina.

– Enquanto a Califórnia se baseia em estudos da mais alta credibilidade e reconhece os impactos positivos que o etanol de cana produz, abrindo espaço para a entrada de volumes crescentes do biocombustível brasileiro naquele Estado, o Brasil adota políticas que promovem exatamente o contrário do que seria benéfico para o país e a sociedade como um todo – afirmou Elizabeth.

A presidente da Unica lembra que a Contribuição de Intervenção no Domínio Público (Cide), que vigorou sobre a gasolina até 2013, representava o “custo escondido” da gasolina para a sociedade, e ajudava a garantir a competitividade do etanol.

– Com a remoção da Cide entre 2008 e 2013, o governo retirou R$ 0,28 em tributação de cada litro e eliminou um diferencial entre os preços da gasolina e do etanol que representava, ainda que parcialmente, os benefícios econômicos, sociais e ambientais que o etanol proporciona, assim como os efeitos nocivos da gasolina. Hoje, não há mais esse reconhecimento em qualquer nível – concluiu Farina.

Ela lembrou que a Califórnia é reconhecida como pioneira por suas políticas favoráveis a energias limpas.

– As propostas apresentadas hoje reafirmam a liderança desse Estado inovador, que sempre busca regras que promovam a sustentabilidade. Nesse contexto, é um enorme elogio para o etanol de cana estar sempre incluído no contexto das iniciativas da Califórnia, que são um exemplo para o mundo – afirmou.