Ao saírem da reunião os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disseram que a grande preocupação de Lula é reduzir o tempo entre a decisão de liberar o recurso e o dinheiro chegar na ponta. O valor servirá para financiamento de capital de giro a agroindústrias, indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas e a cooperativas agropecuárias.
? Eu diria que nesse caso o presidente chamou a atenção de todo mundo. Ele quer que as coisas fluam, porque acontecer depois não adianta ? disse Stephanes.
Para atender ao pedido de agilidade do presidente, o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá se articular com o Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia para que os R$ 10 bilhões sejam distribuídos com agilidade.
? O presidente deixou muito claro que não estamos em um período de normalidade, que temos que agir como se estivéssemos em guerra, as coisas tem que ser mais ágeis. Temos que ser um pouco mais agressivos no sentido de irrigar a agroindústria ? acrescentou o ministro da Agricultura.
Segundo Paulo Bernardo, os ministros explicaram ao presidente que a liberação de recursos dependia de aprovação de lei pelo Congresso, o que já ocorreu. Aos ministros e técnicos que participaram da reunião, Lula deu o prazo de 60 dias para que recurso esteja disponível aos produtores.
? O presidente estava impaciente porque certamente tem chegado ao gabinete dele algumas reclamações, mas nós explicamos que dependíamos da sanção da lei e o Congresso nos mandou, fizemos a análise rapidamente e agora os bancos vão começar operar ? disse Bernardo.
Além dos R$ 10 bilhões, ontem o CMN também aprovou uma linha de crédito, de R$ 2,3 bilhões, que será destinada a um programa de financiamento para estocagem de álcool e elevou em R$ 300 milhões o volume de recursos do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop). No total, o Conselho liberou R$ 12,6 bilhões para o setor agropecuário.