Estudo aponta que há 11 milhões de hectares ociosos na Amazônia

Recuperação desta terra toda poderia acomodar 15 milhões de cabeças de gado sem desmatar uma árvore sequerUm estudo realizado pela Universidade de Campinas (Unicamp) e pela Embrapa mapeou as emissões de gases de efeito estufa na Amazônia e chegou a números impressionantes de área para a utilização na agricultura. São áreas que ainda podem ser aproveitadas de maneira sustentável, através da Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) . Os pesquisadores também encontraram uma mudança no perfil de emissões nos últimos 10 anos.

Os resultados do estudo Mitigando Mudanças Climáticas no Setor Agrícola mostram a mudança do principal emissor de gases de efeito estufa na região Norte do Brasil. Em 2005, a conversão de floresta para uso do solo respondia por 57% das emissões. Cinco anos depois, em 2010, com a redução do desmatamento e o avanço da agricultura sobre as áreas de lavoura, o quadro de emissões mudou e a produção agrícola passou a ser a principal emissora de gases de efeito estufa na região, respondendo por 32%, a maior fatia.

Os estudos começaram há três anos e envolveram a Unicamp e mais nove unidades da Embrapa espalhadas pelo país. O programa buscou alternativas para conciliar a produção agrícola com a sustentabilidade e chegou ao impressionante número de 11 milhões de hectares ociosos na região Norte, disponíveis para o aproveitamento pela agricultura. Segundo Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e um dos coordenadores do estudo, se toda esta terra ociosa – composta principalmente por pastagens abandonadas – for recuperada, é possível aumentar o rebanho bovino da região em 15 milhões de cabeças.

Além disso, a adoção das outras financiadas pelo programa de Agricultura de Baixo Carbono do Ministério da Agricultura, como a integração lavoura-pecuária-floresta, é capaz de fornecer um ganho no estoque de carbono, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa.

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