Na propriedade administrada por Agenor Ferreira, em São Miguel Arcanjo, as folhas estão tomadas pela fumagina, fungo que impede a respiração e prejudica o desenvolvimento das folhas. Os frutos e os legumes estão deformados, pequenos, as plantas pouco desenvolvidas, os brotos, atrasados. Tudo causado pela mosca branca, que ganhou mais força com as altas temperaturas dos últimos meses. Ferreira diz que as perdas já são grandes.
Ali são produzidos tomate, pepino e pimentão. São cerca de 52 mil metros quadrados de estufa, algo em torno de cinco hectares. Ferreira ainda não fechou os números dessa safra, mas já calcula perdas de até 30% na produção. Na cultura do tomate, preferida pela mosca, a infestação foi ainda maior e os prejuízos podem passar dos 60%.
Com a produção permanente nas estufas, a sobrevivência da praga é quase garantida. Mesmo com a intensificação das aplicações de defensivos, o administrador não obteve resultados efetivos. Em uma área de pepino, menos de 24 horas depois da aplicação, a praga resiste ou migra das plantações vizinhas. Ferreira relata que sempre teve mosca branca, mas este ano as plantações de soja na vizinhança têm feito aumentar demais a população de moscas, já que eles não têm o mesmo cuidado com a praga.
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Sérgio Egli, que produz soja na mesma região, também contabiliza prejuízos altos. Em algumas áreas da propriedade, ele calcula perdas acima de 50%, além do aumento significativo do custo de produção. De acordo com o produtor, o controle é inviável e o custo de produção chega a 50 sacas por hectare.
O pesquisador do Instituto Biológico de São Paulo Fernando Javier Sanhueza Salas diz que o grande índice de mosca branca que está ocorrendo na região é resultado dos métodos usados nos plantios, como grandes monoculturas, manejos e tratos inadequados, além das temperaturas altas. Entre os cuidados recomendados, está a observação das lavouras, a rotação de culturas e de produtos utilizados para o combate.
Apesar de ser chamada de mosca branca, a praga é parente próxima dos pulgões e cigarrinhas. O tamanho é reduzido, mas o potencial de reprodução e destruição é muito grande.