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O plano foi orientar os produtores a ter equilíbrio na hora de combater a helicoverpa. A atividade final da Caravana foi realizada na Fazenda São Francisco, de Ademar Marçal, no oeste baiano. Marçal tem uma área de 30 mil hectares e entendeu bem a importância do manejo integrado.
– Tem males que vem pra bem. Ela nos acendeu uma luz para repensarmos nossa matriz produtiva, o uso de defensivos indiscriminadamente, o não uso de controle biológico. Com certeza vamos ter muitos problemas no futuro e, quando se fala em preservação ambiental, o controle biológico sem dúvida vem ao encontro do sonho de todos de preservar acima de qualquer coisa – diz Marçal.
O manejo integrado das pragas utiliza o controle biológico e também a aplicação de inseticidas.
– De repente vou posso ter ondas de ataque na helicoverpa em que o controle biológico não vai atender as nossas necessidades, aí nós temos o benzoato que, sem dúvida nenhuma, atende muito bem. E ainda não vamos perder as outras moléculas que já existem no mercado, que são poucas podem ser usadas como uma alternância de princípio ativo – explica o produtor.
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O planejamento das lavouras mudou e as técnicas de combate as pragas ficaram mais complexas.
– Com o advento da helicoverpa, o pessoal não está mais restrito àquele levantamento a campo, resultando em aplicação. Estamos muito mais atentos às variáveis ao redor para tentar montar um quebra-cabeça e tomar uma decisão mais assertiva e antecipada, mais prevenindo do que curando – aponta o engenheiro agrônomo Rinaldo Grassi.
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O que preocupa os técnicos é a atenção direcionada exclusivamente para a helicoverpa nesta safra, o que fez com que pragas secundárias tomassem conta de algumas lavouras, como nos casos da lagarta falsa medideira e da mosca branca.
– A Helicoverpa armigera teve uma explosão populacional o ano passado. Este ano, com o manejo que os produtores têm feito e em funções de outras características que não sabemos explicar, a população da praga está abaixo do nível de dano econômico em quase todas as regiões do país. E precisamos evitar a explosão de pragas secundárias que, em função de concentrarmos muito o manejo em uma única praga, podem aparecer como pragas primárias e causar muitos danos – relata o pesquisador da Embrapa Sérgio Abud.
O lado positivo da crise da helicoverpa foi a abertura de espaço para se investir mais em pesquisa no país. A primeira etapa da ação emergencial da Embrapa foi um grande aprendizado, segundo os pesquisadores. Uma mudança de conceito sobre como lidar com as pragas existentes no Brasil e com as novas que estão por vir. A criação de 60 unidades de referência de tecnologia (URT), em propriedades particulares em várias regiões do país.
– A escolha de propriedades agrícolas que topam e aceitam fazer um manejo integrado vão receber o assessoramento dos técnicos e ali vai ficar um grande palco de demonstração de como é possível fazer o manejo integrado adaptado à realidade de cada local. A estratégia adotada aqui no oeste da Bahia vai ser diferente da que vai ser adotada no Rio Grande do Sul, porque as condições são diferenciadas. Não é uma fórmula única, vamos discutir com o produtor e o técnico e o que está sendo efetivo para cada realidade – explica o coordenador da Carabana Embrapa, Robinson Cipriano.