Programa de incentivo à diversificação deve chegar a mais fumicultores gaúchos

Plantio de milho e feijão aproveita a adubação, contribui para a segurança alimentar e agrega renda às famíliasA assinatura de renovação do Programa Milho & Feijão Após a Colheita do Tabaco realizada na última terça, dia 25, em Rio Pardo (RS) durante a Expoagro Afubra 2014 trouxe uma novidade: o programa passará a ser desenvolvido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), ampliando a cobertura da iniciativa e abrangendo os 83 mil produtores de tabaco gaúchos.

– Desde a década de 70 já incentivávamos o reflorestamento como forma de complemento de renda. Para a indústria, um bom produtor é o diversificado. O tabaco vai continuar, por muitos anos, sendo a principal fonte de renda na agricultura familiar – aponta Iro Schünke, presidente do  Sinditabaco.

Segundo Schünke, o incentivo à diversificação com o plantio de milho e feijão aproveita a adubação, preserva o solo, contribui para a segurança alimentar das famílias produtoras e agrega renda às famílias.

– Estamos confiantes que este trabalho será ainda maior com o apoio das nossas empresas associadas e de suas equipes de campo que atualmente formam um contingente de 1,4 mil profissionais em toda a Região Sul do país – diz o dirigente.

Segundo o governador gaúcho, Tarso Genro, presente no evento, as políticas públicas voltadas à saúde estão sendo utilizadas para mascarar interesses econômicos de outros países produtores.

– Atualmente vemos uma forte campanha mundial contra o tabaco. E esta campanha está sendo encabeçada pelos mesmos países que se destacam na produção de tabaco, que tem interesse em estabelecer no cenário global uma concorrência desleal – disse o governador durante a abertura da Expoagro Afubra.

Segundo Genro, o governo do Estado quer investir mais em políticas de apoio ao setor.

– Estamos trabalhando por uma agregação de mais renda, para aproveitar a adubação, aproveitar a propriedade, através do milho e do feijão, aumentando a renda, para que os agricultores não estejam submetidos a estas conjunturas internacionais. Temos muito a produzir e muitos obstáculos a resolver. Esta região é de semeadura de riquezas – disse Genro.

Segundo Francisco Signor, superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, o tabaco é responsável indireto pela diversidade do produtor gaúcho.

– O desenvolvimento de uma região se traduz neste tipo de feira e as autoridades se sentem cada vez mais estimuladas. Esperamos que tenhamos uma boa discussão sobre o complemento da atividade, para que não percamos os saberes, os sabores e os valores daqueles que tão bem sabem produzir – disse Signor.

O Programa Milho e Feijão Após a Colheita do Tabaco conta com a parceria da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS (Seapa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande de Sul (Farsul), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) e da Associação dos Fumicultores do Brasil, entidade anfitriã da Expoagro Afubra.

Em atividade desde 1985, o programa tem a expectativa de envolver os 160 mil produtores da Região Sul, incentivando-os no plantio de culturas alternativas com o aproveitamento da adubação residual da lavoura de tabaco. Além da estrutura de campo das empresas associadas ao Sinditabaco, técnicos das entidades parceiras também atuarão na divulgação das vantagens do plantio da safrinha. Em Santa Catarina e no Paraná, a assinatura do convênio ocorreu no início de março.