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– Na implantação da lavoura em outubro, estávamos com todo nível tecnológico sendo implantado no plantio e tínhamos condições boas de chuva. Colocamos como perspectiva 56 sacas, que é nossa maior média alcançada na safra 2010/2011. Veio dezembro com excesso de chuva e, em janeiro, começou a estiagem. Daí a nossa segunda previsão baixou a média para 50 sacas por hectare. A seca se estendeu mais um pouco após esta previsão e foi até 10 de fevereiro. Hoje, a nossa previsão de média da região oeste são de 44 sacas – lamenta o assessor de agronegócio da Aiba, Luiz Stahlke.
Nos últimos 10 anos, com a expansão do oeste baiano, o Estado saiu de 900 mil para mais de 1,3 milhão hectares de soja. A região não para de crescer e vem enfrentando problemas, principalmente nas duas ultimas safras devido ao ataque de pragas e o clima atípico. Nesta safra, por exemplo, os veranicos intercalados com chuvas irregulares provocaram perdas e dificultaram a ação dos produtores na hora de aplicar os defensivos.
Em cada propriedade, uma realidade diferente quando se fala em clima. O agricultor Luis Pradella nem começou colher e já calcula uma quebra de 30%, a produtividade deve ficar entre 40 e 45 sacas por hectare.
– A nossa propriedade vive hoje o quarto veranico da safra, um se estabeleceu durante o plantio, com mais de 30 dias de estiagem. No final de dezembro, parou a chuva e voltou a chover um pouco por volta do dia 25 de janeiro, quando parou novamente. Tivemos mais quatro semanas de falta de água. Voltou a chover novamente e, agora, estamos há mais de 20 dias sem chuva na região da Coaceral – diz Pradella.
Se a helicoverpa não assustou os produtores de soja este ano, outras pragas ajudaram a elevar os custos e surpreenderam.
– A mosca branca deu um susto e a pressão foi grande. Na cidade, a revoada era grande e tinha que cuidar para falar, se não, enchia a boca de mosca – relata o produtor Douglas Radoll.
A realidade dos produtores no oeste baiano depende da localização de cada lavoura. Radoll foi privilegiado na maioria dos talhões e calcula uma quebra menor, cerca de 10%.
– Apesar de tudo, a gente vai conseguir uma boa produtividade. Lógico que a nossa região foi privilegiada como um todo. Mas tem vizinho de cinco a seis quilômetros da minha lavoura que perdeu muito. Há uma diferença muito grande, muito em função de época de plantio, época que a estiagem pegou tem uma variabilidade muito grande – concluiu Radoll.