O objetivo do painel é discutir os cenários climáticos globais e regionalizados, traçando um panorama do que irá ocorrer com o clima nos próximos 20, 50 e 100 anos. Em função deste cenário, o painel pretende projetar como se dará a produção de grãos, em especial a produção de soja.
? Também queremos fazer uma análise da vulnerabilidade econômica da produção de soja, decorrente dos cenários apresentados ? explica o presidente do evento, José Renato Bouças Farias, pesquisador da Embrapa Soja.
Para ele, no caso da soja, o principal impacto destas mudanças climáticas ocorre em função do aumento da temperatura. Quanto mais alta a temperatura, maior a necessidade de água. Segundo Farias, na situação atual a semente de soja necessita absorver, no mínimo, 50% de seu peso em água para assegurar boa germinação.
? A água desempenha a função de solvente, através do qual gases, minerais e outros produtos entram nas células e movem-se pela planta. Além disso, a água regula a temperatura da planta, agindo tanto no resfriamento quanto na manutenção e distribuição de calor ?diz.
Na avaliação do pesquisador da Embrapa, a safra 2008/2009, contou com eventos climáticos extremos numa mesma região, que hora foi afetada por seca ou por excesso de chuva. O Paraná foi bastante afetado pela seca, tanto que houve redução na produtividade de grãos. Por outro lado, observa-se fenômenos inversos. O volume de chuva que caiu na cidade de Pelotas (RS), por exemplo, foi recorde: 600 milímetros num único dia.
Para Farias, estes reflexos precisam ser melhor estudados para que todo o setor produtivo esteja preparado para reduzir os impactos das mudanças climáticas na produção agrícola.
O V Congresso Brasileiro de Soja e o Mercosoja 2009 irão contar com a presença de 58 palestrantes renomados, sendo 15 estrangeiros. A programação prevê a realização de quatro conferências, 10 painéis, um seminário e cinco minicursos. Além disso, haverá espaço para apresentação de 450 trabalhos científicos, no formato de pôsteres.