– O que efetivamente teve problema foi o 2,4,5-T. Com o 2,4-D não foi comprovado nada em relação a problemas toxicológicos e ambientais – disse o coordenador geral de Agrotóxicos do Mapa , Júlio Britto, nesta sexta, dia 11, em Brasília.
O 2,4-D é permitido em mais de 70 países e é utilizado no Brasil desde 1960. Em 2006, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou a reavaliar os efeitos do ativo e promete uma resposta até o fim de junho deste ano. Os últimos dados analisados mostram 20 casos de intoxicação nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no ano passado. Em 18 deles as vítimas foram agricultores.
Nos próximos dias, o Ministério Público Federal vai entrar com recurso na Justiça Federal, que negou o pedido do órgão para suspender os registros de produtos que contenham o 2,4-D na formulação, até que a Anvisa conclua a reavaliação do princípio ativo. O procurador responsável pelo caso, Anselmo Lopes, diz que a substância compôs, junto com o 2,4,5-T o “agente laranja”, usado na Guerra do Vietnã e considerado por especialistas altamente tóxico.
– Novos estudos vão demonstrando cada vez mais que algumas moléculas antigas geram sim diversos danos à saúde e justamente por conta desses novos estudos e novos achados internacionais científicos se faz necessário essa reavaliação – conclui Lopes.