– A indústria hoje sofre bastante com o desequilíbrio tributário. O Brasil coloca impostos federais e estaduais que dificultam a agregação de valor internamente.O produtor rural perde porque não tem um cliente mais forte, o que faz com que ele se torne mais dependente de alguns mercados, como o chinês – avaliou Amaral.
A exportação direta de soja in natura não recebe incidência de ICMS, não é tributada com Funrural e também não tem PIS/COFINS, segundo o gerente. Já a soja no Brasil tem de pagar todos esses tributos.
– A indústria brasileira não tem a mesma competitividade, estamos exportando empregos para outros países, como Argentina, Estados Unidos e China, que tem uma política clara de agregação de valor para gerar empregos internos.
Hoje, a indústria de processamento está crescendo abaixo do potencial, a ociosidade chega a 40%. Amaral reforça que o Brasil tem capacidade e tecnologia, mas o desenvolvimento não se concretiza em aumento de processamento devido à pressão de impostos.
– Queremos que a tributação seja a mesma para soja industrializada aqui e para a exportada direto, poderíamos exportar outros produtos e não só soja e milho. Temos uma estrutura tributária ineficiente – completa Amaral.
Preços dos grãos
Para o gerente, o país deveria aproveitar o bom momento dos preços no mercado internacional, para reformas na política de tributação. Já os produtores rurais devem formar seus estoques, porque os preços tendem a aumentar, refletindo a situação internacional de demanda pelos grãos produzidos no Brasil.
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