Com a falta de chuva no sul de Minas Gerais, maior polo produtor de café, o grão não se desenvolveu. A região responde por uma média de 21 milhões de sacas de 60 quilos, cerca de 35% de toda a produção nacional.
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A quebra de quase 25% na região, aliada à quebra nos outros Estados produtores, fez com que a oferta diminuísse. A oferta menor causou disparo no preço do café, que em um ano, se transformou na commoditie com maior alta. De acordo com o analista de café da gradual investimentos Francisco Arantes, o preço no mercado interno, que estava em R$ 180 a saca de 60 quilos, hoje, dependendo do tipo, está em torno de R$ 500.
As exportações mostram crescimento. Os estoques da safra do ano passado garantiram as entregas e a expectativa é de um crescimento de 6% nas vendas em relação à safra passada. O analista de mercado Eduardo Carvalhaes diz que havia perspectiva de safra grande no Brasil mas, com a quebra, os compradores trataram de recompor os estoques.
Para os analistas de mercado, ainda é pouco seguro fazer projeções, já que o mercado permanece nervoso, atingindo índices de volatilidade de até 65%, quando o normal para o grão é de 15%. Francisco Arantes acredita que, se a volatilidade continuar neste ritmo, deve haver substituição do café arábica pelo conilon. Carvalhaes avalia que os preços ainda devem oscilar muito, e o cenário pode ser agravar se houver El Niño.