José Vallis, um dos cientistas ligados ao projeto, passou três décadas coletando diferentes mudas do grão na América Latina. Em sua coleta, conseguiu mais de 80 tipos da planta.
– Se quisermos conhecer o potencial dos parentes silvestres do amendoim temos que ter o material. Como os materiais são na maior parte das vezes brasileiros, não há outros países que façam a pesquisa. Ou o Brasil faz a pesquisa ou ninguém faz.
Entre as espécies cultivadas nas estufas da Embrapa está a Arachis ipaenses, da Bolívia, e a Arachis duranensis, da Argentina. As duas espécies foram sequenciadas pelos cientistas.
Segundo Patricia Messenberg, pesquisadora da Embrapa, o trabalho foi feito com espécies que evoluíram graças ao stress dos trópicos e que criaram resistência às pragas naturais, além de problemas de temperatura e umidade.
Com essas informações, os pesquisadores acreditam que ficará mais fácil transferir os genes de interesse das espécies silvestres para o amendoim cultivado, agilizando o projeto de criar um amendoim transgênico que suporte a falta de umidade do cerrado. Os próximos passos da pesquisa é produzir variedades de plantas, como soja, feijão e caupi, com mais tolerância à seca.
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