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– Se introduzo um procedimento agrícola que vai prejudicar o futuro da agricultura, é preciso tomar cuidado. Se prejudicar, o governo e a sociedade como um todo tem que se mobilizar para evitar isso – diz o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Gerardo Fontelles.
Para a Embrapa, mesmo respeitando o período do vazio sanitário, o plantio da safrinha de soja oferece risco às próximas safras do grão e de outras culturas, além de comprometer o trabalho fitossanitário que vem sendo feito.
– Isso é arriscado e aumenta a pressão de pragas e doenças, podendo trazer problemas sérios no futuro. Se intensificarmos o cultivo de uma espécie após o cultivo da mesma espécie, a chamada safrinha de soja, é inevitável o aumento da pressão principalmente de pragas, insetos e doenças. Nós vemos com preocupação o crescimento das chamadas safrinhas da soja – salienta o presidente da Embrapa, Maurício Lopes.
O novo presidente da Aprosoja Brasil afirmou que já esta discutindo a questão com o governo federal e consultando instituições de pesquisa.
– É importante discutir isso de forma racional com quem conhece, além de ouvir a Embrapa e as fundações, e assim tomar uma posição. Vamos debater o problema, e se houver viabilidade, vamos defender. Mas, se não houver vamos respeitar. Não adianta querermos ter uma ganância em uma produção e perdermos de outro lado – reforça Dalpasquale.
– O limite do produtor se dá até o ponto que ele não cause problema ao seu vizinho. A propagação de pragas, a quebra de resistência pelo uso intenso de defensivos é uma preocupação, mas também não podemos tirar o direito do produtor de salvar sementes, de fazer uma segunda safra – afirma o presidente da Aprosoja MT, Carlos Favaro.
Representantes do setor e da bancada ruralista defendem que seja feita uma investigação das consequências da safrinha de soja e de outras culturas para a produção brasileira.
– Vejo com bons olhos essa discussão. Temos preocupações com diferentes culturas e são situações que devem ser repensadas – salienta o deputado federal da Frente Parlamentar, Luiz Carlos Heinze.
– A questão sanitária tem que estar sempre em primeiro lugar. Se ela não for verificada e observada, pode prejudicar os próprios produtores rurais – conclui a senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu.
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