Laboratórios agropecuários precisam de reestruturação para atender crescimento do agronegócio

Especialistas defendem, também, a participação de redes privadas no sistema de defesa agropecuáriaA quarta reportagem da série Plano de Governo sobre a defesa agropecuária no Brasil mostra a proposta de ampliação e modernização dos laboratórios oficiais que fazem diagnósticos de pragas e doenças que afetam a agricultura e pecuária brasileiras. A equipe que está elaborando o Plano de Governo do Agronegócio, coordenada por Roberto Rodrigues, defende a reestruturação dos laboratórios com a participação das redes privadas.

– Laboratório é uma das pilastras do trabalho de defesa agropecuária. Sem capacidade de identificação e diagnóstico, pouco se pode fazer em defesa agropecuária – afirma o pesquisador Embrapa Décio Gazzoni.

A declaração do experiente pesquisador é como um recado para o governo. Décio Gazzoni defende a modernização dos laboratórios oficias do Brasil, não só com equipamentos, mas também com pessoal. Atualmente existem seis Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagro), e mais 518 laboratórios credenciados ou reconhecidos pelo Ministério da Agricultura.

– Eu acho que nós não temos a quantidade de laboratórios nem o número de pessoal suficiente para a dimensão do agronegócio brasileiro. Nós precisamos de investimento em treinamento, capacitação, modernização permanente – analiza Gazzoni.

Um dos Lanagros está em Campinas, no Estado de São Paulo. Este é referência para análise de casos que envolvam doenças em aves. No ano passado foram investidos R$ 4 milhões em equipamentos. Mas no quadro de pessoal é necessário um incremento de 25% no número de profissionais para fazer o trabalho. Dos 261 funcionários, um terço possuem curso superior, os demais são profissionais de nível médio e auxiliares.

No ano passado o governo federal liberou R$ 40 milhões para modernização dos laboratórios do Mapa. Este recurso foi parte de um compromisso assumido pela presidente Dilma Rousseff de investir R$ 120 milhões no biênio 2013/2014 em todas as unidades.

– Não basta nós termos uma defesa de primeira linha, ela tem que parecer realmente que é de primeira linha, não pode ser contestada. Um navio nosso não pode voltar de um país importador. A defesa agropecuária tem que estar à altura da dimensão do maior negócio do Brasil, que é o agronegócio – completa o pesquisador da Embrapa.